Katsouranis, ainda bem que recuperou a tempo!
A abertura para Paulo Jorge, que resultou no golo de calcanhar de Nuno Gomes foi absolutamente fabulosa. O grego encontrou ali um caminho único para a desmarcação do extremo. Numa altura em que os nervos se apoderavam dos jogadores encarnados, a visão de jogo que Katsouranis teve naquele segundo foi especial. E tanto que pode valer esse momento de inspiração para as aspirações encarnadas na Liga dos Campeões. No resto, o grego jogou ao lado de Petit e cumpriu a missão com muito esforço. Fez faltas inteligentes, tentou ele fazer a ligação com Rui Costa, deixando Petit para trás. E pelo meio o Benfica soube trocar a bola. O problema foi mesmo quando tentava chegar à área do Áustria.
Nuno Gomes, o novo Madjer, decisivo e não só
O avançado esteve nos dois golos da primeira parte. Trouxe Madjer à memória quando usou o calcanhar para fazer o primeiro do Benfica e do jogo, culminando uma jogada fantástica do ataque encarnado. Mas depois esteve também no lance do empate do Áustria. A tentativa de corte com um salto fora de tempo permitiu que Blanchard pudesse atirar como quisesse à frente da área. Mas Nuno Gomes não foi apenas isso. O internacional segurou as bolas na frente e tentou combinar com os extremos. Funcionou uma vez, quando deu golo. Saiu aos 79 minutos já absolutamente desgastado.
Anderson mostrou que a defesa continua igual
Certamente quando ouviu as palavras menos agradáveis de Petit ainda o jogo estava com um quarto de hora já pensava que não as merecia. E é verdade. Anderson «apanhou» quase sempre com Wallner, o mais «chato» dos avançados do Áustria e quase sempre se saiu bem. Aproveitou bem a altura para cortar os lances aéreos, e por terra foi corajoso para se fazer aos lances do rápido Aigner. Acabou por fazer uma boa exibição, também devido ao caudal ofensivo do adversário.
Quim é o guarda-redes da confiança de Santos
Foi ele o escolhido por Fernando Santos. Era dele quem o treinador falava sobre experiência e garantias de confiança. Por isso, o guarda-redes internacional terá ganho aqui um novo alento na sua carreira no Benfica depois de tanta turbulência na época passada com a chegada de Moretto. E a verdade é que o jogo até correu de feição ao guardião. Apenas vacilou num livre em que deixou a bola fugir para a frente, agarrando-a mais tarde. No golo não teve hipóteses, mas sempre que saiu da baliza, ou que teve de fazer-se a lances mais difíceis respondeu com a tal segurança e experiência. E por aí Fernando Santos também ganhou esta noite.
Blanchard sabe como se faz em Itália
Ele, o ex-jogador da Juventus, e o mais conceituado deste fraquinho Áustria de Viena, teve também o seu momento de fama. Um pontapé fantástico, bem colocado, rasteiro, por entre pernas e pernas na grande área, valeu o empate e fez ecoar no Ernst Happel um som incrível. Talvez porque os adeptos tivessem ficado «gelados» com o calcanhar de Nuno Gomes, foi maior a explosão de alegria quando Blanchard provocou um segundo de silêncio, apenas quebrado pelo bater da bola na rede de Quim. E o Áustria já tinha feito por merecer este golo. Blanchard teve como missão mostrar a Rui Costa que ainda se lembra do cálcio. E o português pouco espaço teve de manobra no meio.
Lasnik, os pés do Áustria são dele
É, claramente, o homem com os melhores pés na equipa de Viena. A aparência faz lembrar o ainda jogador do Benfica Karyaka, e a forma de correr também, mas este jogo encostado ao lado direito. E nem Manu nem Paulo Jorge viram para o trabalho que este jogador estava a dar a Nelson. Técnica não havia tanta por aí, mas a bola nos cruzamentos saía quase sempre com a direcção certa. Saiu aos 82 minutos muito aplaudido pelos adeptos austríacos.