A final da Liga dos Campeões foi o que se esperava: um jogaço.

Esperava-se porque a marca Liga dos Campeões é geralmente sinónimo da máxima qualidade, como se ouvir aquela música obrigasse os jogadores a dar tudo o que têm. Esperava-se também porque em Wembley estavam as duas melhores equipas da Alemanha, o campeonato que todos estamos a aprender a admirar.

No final ganhou o Bayern Munique, o que fez sentido, porque afinal os mais fortes geralmente vencem. No futebol e no resto.

O Dortmund é o melhor exemplo possível do novo futebol alemão. Um treinador competente e que sabe comunicar. Uma equipa em grande parte formada nas academias germânicas, mais alguns estrangeiros baratos. Um público entusiasta. Um clube que sabe comunicar com os adeptos. Este Dortmund é o modelo alemão levado ao limite por Klopp. E, pelo que vimos mais uma vez, isso é dizer muito. Sobretudo porque o melhor da equipa, Gotze, não jogou por lesão.

Do outro lado estava o Bayern Munique, há anos o exemplo maior do que é ser alemão. Com muito do que o Dortmund possui, mais dinheiro. Um dinheiro que lhe permite juntar aos alemães mais competentes uns quantos estrangeiros de qualidade.

Dois deles, Ribery e Robben, estão entre os melhores extremos do mundo.

Este sábado, em Inglaterra, eles fizeram a diferença. Primeiro foi Robben, ao falhar lances perante o guarda-redes, como se fosse incapaz de quebrar a maldição que sobre ele parecia pairar. Depois Ribéry ajudou a descobrir o caminho.

O lance do primeiro golo é mágico, um trabalho espantoso de Ribéry que Robben e Mandzukic continuaram. O golo que tudo decidiu foi imaginado pelo francês e assinado pelo holandês.

No final, Heynckes sai campeão da Europa de clubes pela segunda vez na sua carreira. E deve ter orgulho neste trabalho. Para o Bayern, a vitória chegou com um ano de atraso, como certamente os seus jogadores farão questão de tentar lembrar quando em agosto reencontrem o Chelsea, em Praga, na Supertaça Europeia.