A FIGURA: Casillas

O FC Porto bem pode dar graças ao espanhol esta noite. «San Iker» salvou os dragões de uma iminente desvantagem ao intervalo, com duas das defesas da noite. Primeiro, ao minuto 38, após uma jogada coletiva deliciosa do Gala, que Nagatomo finalizou para o espanhol fechar as redes. Em cima do descanso, Gumus sprintou até à baliza, mas estava lá o número um azul e branco a defender de forma espantosa com um pé. Na segunda parte, sobretudo nos minutos finais, deu tranquilidade suficiente nas abordagens aos cruzamentos para a sua área.

O MOMENTO: decisão na cabeça de Marega (49m)

Um jogo de sério equilíbrio, muitas vezes, é resolvido nos lances mais específicos. De bola parada, por exemplo. O FC Porto trabalhou bem esse aspeto e beneficiou de um canto batido por Alex Telles e da falta de marcação dos turcos para apontar o golo decisivo. Na área estava Marega e um golpe certeiro de cabeça a dar os três pontos.

FC Porto-Galatasaray, 1-0 (crónica)

OUTROS DESTAQUES:

Marega: custou, mas seria ao oitavo jogo na Liga dos Campeões pelo FC Porto que o maliano se estrearia a marcar. Sem Aboubakar e Soares, o número 11 foi a referência ofensiva dos dragões, mas custou a engrenar. Teve clara ocasião na cara de Muslera na primeira parte, mas preferiu o passe. Havia de dar, de cabeça, com o golo. E só não deu mais tranquilidade ao resultado porque foi perdulário no cara a cara com Muslera, perto do minuto 90. Esforçado, às vezes trapalhão, mas decisivo. Eis… Moussa Marega.

Muslera: foi uma noite de inspiração dos guarda-redes no Dragão e o uruguaio, apesar do golo sofrido, esteve em bom plano na baliza do Galatasaray. O capitão da equipa turca abriu o livro aos 26 minutos, com uma soberba defesa a remate acrobático de Brahimi. Mostrou-se seguro entre os postes ao longo da partida. No final, negou um bis certo a Marega, perdulário, já após impedir o 2-0 a Corona.

Éder Militão: é admirável a calma, qualidade e segurança com que joga este menino de 20 anos, na defesa do FC Porto. Ao quinto jogo oficial pelos dragões, o segundo na Liga dos Campeões, o central brasileiro foi um pêndulo na retaguarda. Sabe sair a jogar, tem certeza e precisão no passe. Não teme a pressão adversária. A juventude é irreverência, a competição dá experiência e os dragões têm em Militão um diamante por lapidar. Deu tudo até ao último segundo.

Alex Telles: quase dois anos e dois meses depois da estreia oficial, a 13 de agosto de 2016, na qual até foi expulso ante o Rio Ave, o lateral-esquerdo brasileiro cumpriu o jogo 100 pelo FC Porto. O décimo esta temporada, após 45 em cada uma das últimas. Defrontou a antiga equipa e até foi apupado aqui e ali pelos adeptos turcos. No plano desportivo, uma exibição segura e de raça, quer a tentar ajudar Brahimi pela esquerda, quer a defender. Embora tenha sido às vezes apanhado em contrapé pela velocidade de Onyekuru. Assistência primorosa de canto para o golo de Marega que desbloqueou o marcador.

Fernando: cérebro no meio campo do Galatasaray, a espelhar as qualidades que o destacaram de Dragão ao peito entre 2008 e 2014. O brasileiro de 31 anos foi crucial na ligação entre a defesa e o ataque, com uma exibição segura e consistente.

Brahimi: é sempre uma incógnita – no bom sentido – à solta no ataque do FC Porto. Aos poucos, foi aparecendo com o espaço que gosta pelo flanco esquerdo e quase abriu o ativo num espetacular remate à meia volta (26m). Serviu Marega, Corona e André Pereira com requinte no leque de melhores ocasiões da equipa. Perigo iminente no ataque portista é falar do argelino, mais uma vez em bom plano.

Onyekuru e Garry Rodrigues: mais o nigeriano na primeira parte, mais o cabo-verdiano na segunda. Os extremos do Galatasaray não pouparam esforços a Alex Telles e Maxi Pereira e foi pelos flancos que ambos estiveram na origem das ocasiões de maior perigo dos turcos.