O Benfica foi para a Dinamarca com uma vantagem confortável na eliminatória, mas Roger Schmidt havia garantido que a sua equipa não ia para o segundo jogo com o Midtjylland a pensar em defender o resultado.

«A melhor forma de defender é jogar longe da nossa baliza.»

O Benfica fê-lo durante quase todo o jogo e saiu de cena com nova vitória sem contestação, agora por 3-1 num jogo em que o técnico das águias só mexeu no onze porque foi mesmo forçado a fazê-lo: Chiquinho entrou para o lugar do lesionado Neres e João Mário recuperou e manteve-se entre as opções iniciais.

A primeira parte jogou-se muitas vezes a velocidade cruzeiro, mas com o Benfica sempre no controlo das operações e mais ameaçador. Aos 18 minutos Gonçalo Ramos falhou o 1-0 de cabeça e pouco depois Enzo Fernández apareceu na pequena-área para desviar para o golo inaugural.

A diferença de qualidade entre as duas equipas ficou à vista nesta eliminatória. Aos dinamarqueses faltou-lhes muito, desde bem cedo, para ambicionarem outro desfecho, mas não podem ser acusados de falta de vontade. Na reta final da primeira parte ameaçaram o empate duas vezes: na primeira, Vlachodimos negou-a; na segunda, Evander falhou escandalosamente. Nas duas, foi a defesa do Benfica que facilitou, o que deixa clara uma ideia: que o rumo do jogo estaria sempre mais dependente daquilo que a equipa portuguesa permitisse fazer.

O Benfica chegou ao descanso na Dinamarca com uma vantagem de 5-1 na eliminatória e Roger Schmidt – arrojado na ideia de jogo mas austero nos princípios inegociáveis e nas escolhas para os onzes nestes três primeiros jogos oficiais – deu-se ao luxo de retirar do jogo dois dos jogadores mais influentes da equipa: Gonçalo Ramos e Rafa, rendidos por Henrique Araújo e Yaremchuk.

Ao jovem madeirense bastaram pouco mais de dez minutos em campo para faturar. Servido por João Mário na sequência de mais uma bola parada, outra das marcas deste Benfica de vastíssimos recursos.

Depois do 2-0 veio a descompressão do Benfica - por vezes a mastigar o jogo com longos momentos de posse de bola - e o ligeiro crescimento dos dinamarqueses, que reduziram pouco depois da hora de jogo por intermédio de Sisto numa recarga a um cabeceamento de Sory Kaba à trave.

Aqui, no controlo das ações ofensivas adversárias, o Benfica não esteve tão seguro como noutras noites. Acumulou, aliás, algumas desatenções que poderiam ter tido consequências mais graves, mas o ascendente sobre este Midtjylland aliado à inspiração de Diogo Gonçalves no 3-1 (que golaço!) deixou sempre a equipa de Roger Schmidt muito confortável.

Três jogos, três vitórias: 11 golos marcados e três sofridos. Que melhor começo de época poderiam pedir os adeptos do Benfica?

Para já, o voo picado da águia para os milhões (indissociável de uma época inteira) prossegue...