Um Chelsea ligeiramente mais organizado, agressivo e solidário empatou o Real Madrid no Estádio Alfredo Di Stéfano e vai para Stamford Bridge em vantagem na luta pela sua terceira final da Liga dos Campeões.

A equipa de Thomas Tuchel, que na eliminatória anterior sentiu sérias dificuldades para contrariar e ultrapassar o FC Porto, surgiu na primeira mão da meia-final com assertividade e sem medos perante a equipa de Zinedine Zidane, privada de nomes como Sergio Ramos ou Lucas Vázquez.

Assente numa estrutura com três centrais, o Real Madrid sentiu dificuldades desde cedo para travar os intentos de Pulisic, Mason Mount e Timo Werner no ataque de um Chelsea que justificou, aos 14 minutos, a forte e personalizada entrada no encontro.

Já depois de um aviso de Werner a obrigar Courtois a uma grande defesa, Pulisic deu vantagem aos azuis de Londres, após contornar o guardião belga, na sequência de um passe em profundidade de Rudiger.

O Real Madrid demorou a aparecer e só espevitou graças a Benzema, que rematou ao poste aos 23 minutos, numa clara ameaça do francês a abrir caminho ao que ele bem sabe: bastaram outros seis minutos para o avançado fazer o empate final, que surgiu após um canto curto batido do lado esquerdo. Marcelo cruzou, Casemiro e Militão ganharam os duelos de cabeça na área e Benzema, após dominar com o peito, rematou em grande estilo para bater Mendy, ao minuto 29 de jogo.

Real Madrid-Chelsea: todo o filme do jogo

A primeira parte teve os dois golos, alta intensidade, um enorme dilúvio e abriu o apetite para mais 45 minutos que, mesmo sem se revelarem tão espetaculares, foram de grande entrega de parte a parte. O equilíbrio na posse de bola, nas oportunidades e nos remates foi patente e espelhar-se-ia na igualdade final.

Depois de 20 minutos de expectativa e sem ocasiões claras na etapa complementar, Tuchel lançou Ziyech, Havertz e Reece James de uma assentada, colocando a equipa com um ataque mais móvel à procura de desorientar o Real Madrid defensivamente. Por seu turno, Zidane lançou Hazard e, mais tarde, retocou a estrutura com Asensio e Odriozola, para as saídas de Marcelo e Carvajal.

Mount ainda tentou fazer a diferença num rasgo individual, mas Varane deu o corpo à bola (69m) antes de Ziyech ver Havertz chegar atrasado a um cruzamento (71m). Por esta altura, o Chelsea era mais dono da bola e acabou por não ter grandes calafrios da parte de um Real Madrid que pouco fez para conseguir contrariar os ingleses para uma reviravolta na capital espanhola. Uma coisa é certa: os homens de Zidane vão ter forçosamente de marcar em Inglaterra se não quiserem ficar pelo caminho.