O Borussia Dortmund venceu o Sevilha de Julen Lopetegui por 3-2 e vai para a 2.ª mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões com uma distância de segurança que os recentes resultados de alemães e espanhóis não preconizavam para este quarta-feira.

De um lado, uma equipa com uma hiper-confiança legitimada por nove vitórias seguidas e sete jogos sem sofrer qualquer golo; do outro, um Borussia Dortmund tendencialmente infeliz na Bundesliga e longe de transmitir a segurança necessária para se ser feliz nos palcos maiores da Europa.

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E o desta noite era o Sánchez Pizjuan, mas na primeira parte a equipa alemã sentiu-se como se estivesse do Westfalenstadion a atacar na direção do muro amarelo a transbordar de gente nos velhos tempos quando o Rock and Roll de Jürgen Klopp era escutado em terras germânicas.

Que lição deram Haaland, Reus, Sancho e Guerreiro nos primeiros 45 minutos, nos quais foram implacáveis a castigar as veleidades dos anfitriões na primeira fase de construção ou as perdas de bola mais à frente.

O golo inaugural de Suso aos 7 minutos, num remate que desviou em Mats Hummels, foi um pequeno obstáculo que o arrastão germânico tirou rapidamente do caminho quase sempre com um fenómeno norueguês no epicentro da ação.

Aos 20 minutos, Haaland arrastou a equipa do Sevilha para um lado do campo, livrou-se de adversários e depois Dahoud, com espaço, atirou colocado de fora da área para um grande golo.

No lance acima, Haaland não precisou de muito espaço para fazer a diferença. E o que dizer quando lhe permitem receber entre linhas, virar e disparar em velocidade? A fazer, pelo menos, há pouco, pelo menos dentro dos limites legais das leis de jogo. A força da natureza foi por ali fora e tabelou com o virtuoso Jadon Sancho, que lhe entregou de bandeja o segundo dos visitantes.

Durante mais de um quarto de hora, o Sevilha esteve cercado. Procurou saídas, mas a velocidade de execução foi demasiado baixa até para superar a primeira linha de pressão dos visitantes.

Mas quando até parecia dar sinais de começar a sair de forma mais consistente, foi castigado. Papu Gómez baixou para levar jogo para a frente, mas acabou desarmado por Reus quando talvez pensasse que Haaland era a maior ameaça. E acabou por sê-lo, uns segundos depois depois quando foi novamente servido para o 3-1.

A equipa alemã terminou a primeira parte com 36 por cento de posse de bola e quatro remates enquadrados: três terminaram no fundo da baliza adversária, o outro – de Haaland, pois claro! – foi travado com uma grande defesa de Bounou.

Há quem defenda a tese de que quem tem mais bola está mais perto de marcar do que o adversário. Esqueça isso: não contra este Dortmund. Pelo menos nem sempre. A bola foi o maior inimigo do Sevilha, que, desequilibrado, foi-se colocando a jeito dos ataques rápidos dos visitantes a cada perda.

Ao intervalo, Julen Lopetegui lançou o ex-Sporting Gudelj para o lugar de Rakitic. O meio-campo estabilizou, mas não foi só aí que esteve a base das melhorias dos espanhóis. Fez também recuar o ex-portista Fernando para o centro da defesa, aumentando o número de homens para fazer frente ao endiabrado tridente ofensivo dos visitantes.

O ADN do Borussia Dortmund manteve-se, mas os equilíbrios de Julen Lopetegui e, depois, as entradas de Óliver Torres, Luuk de Jong e de Óscar Rodríguez permitiram ao Sevilha começar a levar a melhor e criar desconforto à defesa contrária.

Escudero e Óscar Rodríguez, este na marcação de um livre, ameaçaram o golo que chegou com justiça aos 84 minutos por Luuk de Jong numa altura em que o jogo estava demasiado bom para terminar tão depressa.

 Ao menos haverá, pelo menos, mais 90 minutos numa 2.ª mão para a qual os alemães partem em vantagem, mas não podem descansar.

A não ser que Haaland...