Entre alemães e ingleses, no caso Bayern de Munique e Liverpool, havia um apuramento para os «quartos» por arrumar, após um sempre perigoso e expectante nulo na primeira mão, em Anfield.

Na luta pelo mútuo sonho de uma sexta Liga dos Campeões, saiu por cima Jurgen Klopp e o Liverpool. No regresso à Alemanha, onde tantas batalhas travou com o Bayern - ao serviço do Borussia Dortmund – o técnico foi feliz.

A questão dos golos fora seria sempre um alerta para o Bayern. Se sofresse, sabia que precisava de vencer o jogo. A equipa de Niko Kovac ainda respondeu à desvantagem inicial, mas sucumbiu a novo revés na segunda parte e o bis de Sadio Mané, na melhor jogada coletiva do jogo, selou o triunfo por 3-1 e a qualificação inglesa.

Sem Kimmich e Muller por castigo, além dos lesionados Robben e Tolisso, o Bayern entrou com mais posse de bola, perante um Liverpool contido, a fechar espaços e a ter um revés logo aos 12 minutos, com a lesão de Henderson. A entrada de Fabinho podia tirar consistência defensiva aos visitantes, mas aconteceu exatamente o contrário.

Os homens de Anfield não caminharam sozinhos - houve apoio constante na bancada - e nutriram, aos 26 minutos, do que já estavam a tentar em jogo antes. Numa rápida solicitação pelos corredores, um passe em profundidade de Van Dijk encontrou Mané a rodopiar sobre Rafinha e Neuer. Depois, um toque picado de classe desfez o 0-0 e anulou quaisquer possibilidades de prolongamento.

A equipa de Klopp acertou na primeira ocasião enquadrada com a baliza e quase dobrou a vantagem por Robertson, mas Neuer opôs-se, antes de um infortúnio de Matip colocar a bola na baliza de Alisson e tornar feliz para os bávaros o cruzamento de Gnabry pela direita.

A segunda parte começou mais intensa e interessante pela indecisão total no marcador e na eliminatória, mas houve poucas ocasiões. Salah testou Neuer (51’) e, do outro lado, um cruzamento de Gnabry não teve seguimento (61’).

Bayern-Liverpool: o filme e a ficha do jogo

A questão seria resolvida de bola parada e pelo Liverpool. Num segundo canto consecutivo, Van Dijk, imponente, cabeceou na área após colocação de Milner e obrigava o Bayern de novo a marcar dois golos (69’).

Kovac já tinha lançado Coman e apostou depois em Goretzka e no português Renato Sanches, mas sem resultados frutíferos. James saiu zangado, a festa já era do Liverpool e foi reforçada com um golaço de Mané. O senegalês voou na área para cabecear um cruzamento perfeito de Salah, após o recém-entrado Origi ter rompido entre a linha defensiva e a média dos bávaros (84'). O resto, foi gestão até ao fim, já com o Bayern arrasado pela necessidade de ter de marcar três golos.

Com a passagem do Liverpool, Inglaterra consegue uma proeza assinalável de ter quatro equipas nos quartos de final. O mesmo que dizer que metade das equipas na próxima fase são inglesas.