O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta segunda-feira que apenas cerca de 80 por cento dos 12 mil adeptos previstos de Manchester City e Chelsea no Estádio do Dragão chegaram a Portugal em regime de bolha, reconhecendo que nem tudo correu bem nesta operação desportiva.

«Não gostei das imagens, mas é preciso ter em conta que foram repetidas em loop. Não podemos é confundir os adeptos, os 12 mil adeptos acordados com a UEFA, que os clubes podiam trazer e que vinham em regime de bolha, transportados de autocarro, da fanzone para o estádio, do estádio para o aeroporto, com os turistas, muitos deles naturalmente britânicos. São situações distintas», frisou, esta tarde.

«O que foi acordado com a UEFA e comunicado pelo Governo português, pela UEFA e pela Federação Portuguesa de Futebol, é que esses 12 mil teriam que vir em bolha. Desses 12 mil, sabemos que 9.800 vieram em bolha e 2.100 não vieram em bolha. Era perfeito se tivessem vindo 100 por cento. Vieram só 80 por cento. O que é que terá explicado isto? É que entre o momento em que o acordo foi feito, onde as fronteiras estavam ainda encerradas, onde Portugal ainda não estava na lista verde do Reino Unido e, portanto, não havia fluxos turísticos, era mais fácil que as pessoas viessem, porque só podiam vir em bolha. Ou então não vinham. Obviamente, a partir do momento em que as fronteiras estão abertas, ninguém o impede a si [ndr: aponta para o jornalista como exemplo] de ir ao Reino Unido, nem vai perguntar, na fronteira, se é adepto, ou de que clube é adepto. É natural que algumas pessoas tenham decidido vir espontaneamente, como turistas normais», concluiu.

«É evidente que o que ocorreu este fim-de-semana não pode servir de exemplo e tem de servir de lição relativamente a circunstâncias futuras e à forma como se pode e deve gerir estas situações», disse, ainda, António Costa.