Um Manchester City transfigurado para melhor na segunda parte deu a volta ao Paris Saint-Germain, venceu por 2-1 no Parque dos Príncipes e vai para Inglaterra em vantagem nas meias-finais da Liga dos Campeões, em busca da final tão ansiada pelo clube com Pep Guardiola ao leme.

Rúben Dias, João Cancelo, Bernardo Silva e companhia saíram a sorrir da casa do finalista vencido de 2020, num jogo que teve duas partes completamente opostas no que toca ao domínio e controlo de jogo. Isso foi, de resto, espelhado no marcador.

Houve muito mais PSG na primeira parte e vantagem dos franceses ao intervalo. Após o reatamento, o City protagonizou 45 minutos sublimes e coroou a organização em campo com uma vitória que obriga o PSG, se quiser ir à final, a marcar pelo menos dois golos no Etihad.

Antes de todas as incidências que marcaram o segundo duelo das meias-finais, é preciso dizer que foi um jogo de alta intensidade, tal como já tinha sido o Real Madrid-Chelsea 24 horas antes.

O PSG começou melhor, Neymar avisou Ederson por duas vezes – pouco mais faria depois individualmente – e Marquinhos abriu o ativo ao quarto de hora: Di María cobrou o canto com a precisão habitual e o brasileiro apareceu entre João Cancelo e Rúben Dias a cabecear para o fundo das redes.

Com uma defesa coesa e Verratti muito competente a meio campo, a par de Gueye e Paredes, o PSG anulou quase por completo o City. Deixou os ingleses sair a jogar, é certo, mas não permitiu ferimentos: tapou quase tudo a uma equipa que não se apresentou, como já é hábito, com uma referência fixa na área. O melhor do City até ao intervalo foi um desvio de Bernardo na área (21m) e um remate frontal de Foden (42’), mas Navas estava atento.

PSG-Manchester City: todo o filme do jogo

A verdade é que (quase) tudo mudou para o segundo tempo.

O City teve muito mais bola nos últimos 45 minutos (63 por cento), rematou mais – o PSG não fez um remate enquadrado neste período – e deu a volta ao texto já dentro da última meia hora, com dois golos em sete minutos. Pochettino viu ruir uma primeira parte competente e perdeu ainda Gana Gueye, expulso aos 77 minutos, já com o 1-2 final no marcador, por uma falta duríssima no tornozelo de Gundogan.

O empate a uma bola foi assinado ao minuto 64, por Kevin de Bruyne, que viu um cruzamento para a área, após canto, não desviar em ninguém e trair Keylor Navas, algo mal na abordagem ao lance.

Pouco depois, de livre direto, Riyad Mahrez fez a reviravolta. A bola saiu a meia altura, passou pelo ‘buraco da agulha’ entre Kimpembe e Paredes e ditou a festa dos ingleses, que foram competentes em toda a linha, secando as investidas de Mbappé, Neymar e companhia num jogo animado e repleto de incidências. Danilo Pereira entrou aos 80 minutos no PSG, mas em nada conseguiu contribuir para evitar o desaire.