Quinze minutos de desnorte quase absoluto custaram ao Marítimo uma derrota pesada, diante do BATE Borisov (3-0) que deixa a equipa muito mais longe da fase de grupos da Liga Europa.

Na Bielorrússia, mais do que a diferença de qualidade entre as duas equipas, notou-se a diferença de experiência internacional: durante grande parte do tempo, os madeirenses jogaram olhos nos olhos com o adversário, e dispuseram de várias oportunidades para marcar. Mas bastou o primeiro golo do BATE, aos 57 minutos, para o castelo de cartas montado por Van der Gaag, se desmoronar por completo.

Até esse instante, o Marítimo tinha-se adaptado bem às difíceis condições do relvado e, durante a primeira parte, tinha construído os lances mais perigosos. Com Baba na frente, apoiado por Danilo Dias, Tchô e Marquinho, a equipa madeirense aproveitou a dinâmica de Ricardo Esteves na direita para chegar com frequência à área de Veremko. E aos 29 minutos, Robson, por duas vezes, teve o golo nos pés, após um dos vários cantos conquistados na direita.

Os minutos finais do primeiro tempo anunciaram o que estava para vir: primeiro foi Ricardo Esteves a salvar o golo, com um carrinho providencial sobre Rodionov. Depois, no último lance antes do intervalo, o mesmo Rodionov entrou na área à vontade, mas Marcelo conseguiu desviar o seu remate para o poste.

A chave nos pés de Baba

Um dos lugares-comuns mais velhos do futebol teve ilustração perfeita na segunda parte: aos 56 minutos, bem lançado por Roberto Souza, Baba teve nos pés uma ocasião de ouro. Só com Veremko pela frente, o avançado tentou um chapéu que saiu demasiado por cima. Na resposta, o BATE chegou ao golo, após grande passe de Pavlov, a picar a bola sobre a defesa. Olekhnovich isolou-se e bateu Marcelo com um remate rasteiro.

O descalabro começou aí. No lance seguinte, Robson derrubou Rodionov sobre a linha de área. O árbitro assinalou livre, depois mudou de ideias e foi para a marca, e finalmente decidiu-se pelo livre directo. O brasileiro Bressan, com uma execução perfeita, bateu Marcelo e o BATE ganhou asas.

O terceiro golo, numa recarga de Pavlov, coincidiu com a fase mais negra do Marítimo, que tardou a adaptar-se às substituições operadas por Van der Gaag. Só nos dez minutos finais, já com Cherrad e Djalma no ataque, a equipa madeirense voltou a estar perto do golo. Veremko, em três ocasiões, e a falta de pontaria, noutras, evitaram o golo que deixaria intacto um raio de esperança para o jogo da segunda mão. Assim, tudo ficou complicado de mais.