Jara e Aimar

Impossível não falar num e falar no outro. Franco Jara e Pablo Aimar mudaram a partida a favor do Benfica. O primeiro com a frescura que Salvio nunca teve e com uma vontade que empolgou toda a gente na Luz. Menos franceses, obviamente. O segundo com inteligência que também faltou aos encarnados durante muitas fases do jogo. Aliás, bastou ver os gestos do camisola dez para se perceber que, a partir do momento que pisou relvado, o Benfica jogou consoante o maestro ordenava. Por isso, o 2-1 surgiu de uma jogada entre Aimar e Jara, com o último dos argentinos a atirar para colocar as águias em vantagem. Mínima, mas numa vantagem. Foi ao banco que Jesus foi buscar a vitória.

Maxi Pereira

Outra vez os franceses, de novo superMaxi. O internacional uruguaio tem uma apetência estranha para marcar a gauleses. Talvez tenha bebido alguma poção mágica, porque depois de na época passada ter facturado frente ao Marselha (cá e lá), Maxi voltou a fazer um golo a um emblema da Ligue 1. Leu a jogada muito bem, a aparecer nas costas da defesa parisiense e a perceber que, se a bola estava nos pés de Carlos Martins, havia boas probabilidades de chegar a ele próprio. Matou no peito e depois matou nas redes de Édel. Meteu garra e vontade em campo, nunca desistiu de um lance. Mas isso, em Maxi, é normal, o que não é normal é aparecer na área para marcar.

Fábio Coentrão

Fez de lateral e de extremo, também devido ao «desaparecimento» de Nico Gaitán. Num primeiro período, foi o maior destaque da equipa, a meter velocidade pelo flanco e a abrir a defesa contrária. Caiu de rendimento depois, fruto também do jogo encarnado. Mas quando voltou a subir pela esquerda o PSG tremeu. Aos 45 minutos, num lance em que fez quase tudo bem, desperdiçou o 2-1 num remate já na área. Com a entrada de Jara voltou a pisar terrenos mais avançados, pois o 11 dava-lhe confiança, e bola, para que Coentrão o pudesse fazer.

Gaitán e Salvio

Um mais abaixo que o outro, ambos abaixo do habitual. Os dois extremos encarnados não renderam como antes, com as pernas a pesarem. Aliás, a diferença para os compatriotas que os substituíram foi bem notória. E o Benfica assumiu, por fim, o jogo.

Nenê

O PSG pode não ter trazido Giuly ou Hoarau, mas enquanto houver Nenê os franceses são uma ameaça. Pelo pé do brasileiro, os parisienses avançam no relvado, seja com Nenê a transportar, seja com ele a distribuir, ora mais longo, ora mais curto. Quando alguém do PSG levanta a cabeça, é Nenê que procura. A assistência para o golo de Luyindula foi uma amostra da qualidade do brasileiro.

Erdinç

Uma entrega total e olhos virados na área do Benfica. Possante e bom tecnicamente, foi uma das provas de que o PSG tem bons executantes no plantel. Atirou ao poste numa grande oportunidade que teve, na primeira parte. Foi noutros detalhes que se evidenciou, no entanto. Primeiro, a pressionar Luisão e Sidnei, depois a servir muito bem médios. Eis um avançado que sabe jogar muito bem de costas para a baliza e ainda tem capacidade para sair nas costas da defesa, com velocidade.