O Sporting está vivo e com uma vitória categórica sobre o Everton (3-0) adiou um abrupto final de temporada e quebrou uma série negra de sete jogos sem vitórias. Um triunfo totalmente merecido da equipa de Carvalhal diante de um Everton que veio a Alvalade convencido que lhe bastava defender a magra vantagem que trazia de Goodison Park. Miguel Veloso tinha mantido a esperança dos leões intacta em Liverpool e esta noite abriu caminho para o triunfo que escancarou as portas dos oitavos-de-final da Liga Europa.
Depois de ultrapassar a ansiedade que esteve patente nos primeiros minutos, o Sporting assumiu o controlo do jogo, com Pedro Mendes e Miguel Veloso de mãos dadas na zona central, atrás de uma linha composta por Djaló, Moutinho e Izmailov no apoio directo a Liedson. O Everton entrou mais na expectativa, com linhas bem subidas, mas sem pressionar muito junto à área de Patrício. Os leões tinham, assim, mais bola, mas sentiam dificuldades em transportá-la para o meio-campo do Everton. O jogo caiu num impasse que apenas interessava aos ingleses quem apesar de tudo, mantinham intacta a curta vantagem que traziam de Liverpool.
Yannick Djaló e Izmailov procuraram criar desequilíbrios com rápidas combinações e conseguiram provocar alguns estragos na bem organizada defesa inglesa, agora com um possante Senderos no lugar de Distin. O russo quase marcou, logo aos cinco minutos, com um remate cruzado, que Howard afastou a custo. Os leões jogavam de pé para pé e, em mais uma boa combinação, agora com Liedson, Djaló foi derrubado à entrada da área. Na conversão do livre, Moutinho atirou em jeito, à barra. Um lance que animou as bancadas, mas não trouxe grandes mudanças para o que se passava no relvado, onde os leões pareciam ter o jogo controlado, mas sempre muito distantes da baliza de Howard.
Era preciso mais velocidade e, sobretudo, maior acutilância no ataque. E deve ter sido isso que Carvalhal transmitiu aos jogadores ao intervalo porque, nos primeiros minutos da segunda parte, os leões quase dobraram o número de remates que tinham somado nos primeiros 45 minutos. Primeiro com um remate de longe de Djaló que não passou muito longe da trave, depois, na sequência de um cruzamento de Veloso, com um toque caprichoso de calcanhar de Liedson. O jogo ganhava velocidade, principalmente nas pernas de Djaló, e as bancadas chegaram a gritar golo quando Abel cruzou para o coração da área onde surgiu Moutinho a rematar de primeira para mais uma grande defesa de Howard. O guarda-redes entrava definitivamente no jogo.
O Everton continuava longe da versão «lobo» com que tinha ganho ao Chelsea e ao Manchester United, mantendo a aposta na versão «cordeirinho», com uma boa consistência defensiva, mas totalmente inofensivo no ataque. Carlos Carvalhal decidiu, então, arriscar um pouco mais, lançando Saleiro para a frente de ataque, em detrimento de Grimi, desviando Veloso para a esquerda. Uma alteração providencial, uma vez que o golo surgiu logo a seguir, com Veloso a entrar com tudo pela esquerda, a combinar com Saleiro, já na área, e a fuzilar Howard com toda a convicção.
O Everton foi obrigado a abandonar a postura defensiva, abrindo o jogo para o empolgado leão. A equipa de David Moyes até esteve perto do empate, num lance confuso na área de Patrício, mas no minuto seguinte, o Sporting chegou ao 2-0. Numa jogada de insistência de Izmailov, Pedro Mendes encheu o pé e dobrou a vantagem dos leões. A equipa de Liverpool estava completamente perdida em campo, mas o jogo seguia tenso, uma vez que um golo do Everton deixava a eliminatória empatada.
Na sequência de mais uma arrancada de Djaló, Matías matou o jogo com o terceiro golo que abre caminho para um encontro com o Atlético Madrid de Simão. Afinal, o leão está vivo e recomenda-se.