Ao cair do pano, a primeira vitória na fase de grupos da competição.
Aplaude-se a estreia nas competições europeias, com sucesso em quatros jogos para chegar a esta fase, e o desempenho no Grupo J da competição. Quatro pontos para o currículo.
A história começou há vários meses, a 31 de julho, quando o Rio Ave aterrou em Gotemburgo para triunfar no reduto do IFK. Um justo prémio pela necessidade de antecipação do início dos trabalhos, com naturais reflexos ao longo da temporada.
Os homens de Vila do Conde chegaram ao aeroporto a tempo e horas, foram até os primeiros a entrar no avião europeu mas terminaram na última fila do seu grupo, por falta de estatuto. Ainda assim, com motivos para sorrir.
O empate frente ao Steaua de Bucareste, a 6 de novembro, foi um dos capítulos mais interessantes nesta epopeia que fica para a história do clube. Viagens, estreias, sonhos. A determinação inquestionável para enfrentar adversários com outros argumentos. E o prémio no fim da linha, com justiça.
Na última jornada, um Aalborg ainda a lutar pelo apuramento. Segundo lugar para os dinamarqueses, apenas em risco face a uma eventual vitória do Steaua Bucareste frente ao líder Dínamo Kiev. Os dinamarqueses, certamente com um ouvido na Roménia, foram jogando com esse resultado.
O Aalborg mudou a sua abordagem quando Del Valle marcou pela primeira vez (58) mas respirou de alívio pouco depois, face à vantagem do Dínamo Kiev na visita ao Steaua.
DESTAQUES: Del Valle para a história
Pedro Martins não podia contar com os centrais Marcelo (lesionado) e Prince (castigado). Para além disso, teve em conta o exigente calendário da Liga, mantendo apenas quatro unidades do onze utilizado frente ao Gil Vicente.
O Rio Ave podia ainda assim ter marcado a abrir, mas Larsen negou o golo a Boateng no sexto minuto de jogo. Seria o extremo, aliás, a falhar outra oportunidade excelente em cima do intervalo, após grande cruzamento de Tiago Pinto.
Tiago Pinto evidenciou-se nesse período, negando até a vantagem ao Aalborg com um desvio em cima da linha de golo (16m). Quando aceleravam o seu jogo, os dinamarqueses criavam perigo.
A equipa de Vila do Conde, que não marcava há três jogos, denotava ansiedade no processo ofensivo mas tudo mudou num momento de inspiração de Del Valle.
O venezuelano recebeu na esquerda, em lance de insistência, e encarou o adversário. Toque para dentro, remate em arco e a bola a entrar junto ao ângulo mais distante. Um golaço perto da hora de jogo.
Seguiu-se a fase de maior pressão do Aalborg, temendo o que poderia acontecer na Roménia, mas Cássio opôs-se bem a duas tentativas de Risgard e os jogadores visitantes terão entretanto visto a festa dos seus adeptos na bancada: marcava o Dínamo Kiev em Bucareste.
A partir daí, o jogo do adversário do Rio Ave baixou de intensidade e o segundo golo de Del Valle surgiu com inteira justiça. Pedro Martins lançara Ukra, Tarantini e Wakaso, procurando segurar a vantagem, mas seria o venezuelano a marcar novamente, a passe de Hassan (79m).
A equipa de Vila do Conde teve ainda oportunidade de chegar a uma inesquecível goleada, desperdiçando várias oportunidades até final. Grande festa, ainda assim. Merecida.
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