O Belenenses parte em vantagem para a segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga Europa, depois de vencer, esta quinta-feira, na receção ao IFK Gotemburgo, atual líder da Liga Sueca, por 2-1.

A primeira noite oficial da temporada, que confirmou a apetência de Sá Pinto para jogar na condição de visitado na Liga Europa, foi pintada em tons de azul sob a batuta do maestro Carlos Martins. O internacional português, de 33 anos, encheu o campo com pormenores de classe e assinou os dois golos que permitem ao Belém uma viagem ambiciosa até à Suécia.

O técnico recém-chegado ao Restelo aproveitou o que de bom foi feito na última época, conferiu-lhe cunho pessoal e a organização necessária para defrontar um adversário habituado a estas andanças e o plano resultou (quase) na totalidade.

A maior prova da eficácia da fórmula arquitetada por Ricardo Sá Pinto reside no facto de, durante os primeiros 45 minutos, o Gotemburgo ter enquadrado apenas uma bola na baliza de Ventura, após uma jogada rápida que permitiu um cabeceamento a Boman (13’).

Tudo o resto foram disparos mal calibrados e em desespero de causa, resultantes da impotência em ultrapassar a bem estruturada armada azul.  

Seguro que estava o plano defensivo, faltava quem pensasse os lances de ataque: Carlos Martins.

O camisola 22 assumiu, na íntegra, o papel designado pelo treinador e participou, de forma efetiva, nos melhores lances do Belenenses durante os primeiros 45 minutos.

Miguel Rosa (8’) ainda deu o primeiro sinal, mas foi Carlos Martins a efetivar a superioridade azul com dois golos de encher o olho (23’ e 41’).

Pelo meio, houve, ainda, um remate ao poste de André Sousa e meros fogachos dos suecos.

Suecos descobriram o tesouro e sossegaram

A segunda parte começou com a mesma dinâmica: o Belenenses com os olhos postos na baliza adversária à procura de um resultado ainda mais expressivo. André Sousa e Abel Camará apareceram em posição importante, logo após o apito inicial, mas não conseguiram materializar.

O Gotemburgo, que nos últimos seis jogos celebrou apenas um triunfo, aproveitou o balanceamento e, numa jogada de ataque rápido, que podia ter sido resolvida de forma mais eficaz à nascença, reduziu por Aleesami (58’).

Foi o melhor que podia acontecer à formação orientada por Lennartsson: o encurtar da diferença permitia-lhe abordar a segunda mão com outro otimismo e, por isso, os suecos nunca chegaram a forçar verdadeiramente o ritmo durante a etapa complementar, apesar de alguns lances perigoso junto à baliza de Ventura.

O Belém, como seria natural na primeira aparição oficial, também deixou o ritmo cair e concentrou-se em não estragar a vantagem construída cedo.

Conseguiu e, por isso, está em vantagem no intervalo da eliminatória. Não terá tarefa fácil, mas depois da qualidade evidenciada durante grande parte do jogo tem legitimidade para sonhar.