O Sporting segue para os quartos de final da Liga Europa depois de um jogo de verdadeiro «masoquismo» em Plzen em que, além de ter permitido que os checos anulassem a vantagem proporcionada pelo «bis» de Montero em Lisboa, desperdiçou, pelo menos, três oportunidades flagrantes para matar a eliminatória, incluindo uma grande penalidade, no último minuto de jogo, que Bas Dost não conseguiu transformar em golo. Valeu aos leões o golo de Battaglia, já no prolongamento. O argentino começou como lateral, voltou à sua posição natural depois do segundo golo checo e acabou na área do Viktoria, a marcar o golo que decidiu a eliminatória. Sempre a subir.

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Os leões entraram no jogo com a vantagem dos dois golos que Fredy Montero marcou em Lisboa, mas logo aos seis minutos, viram essa vantagem reduzida a metade com um golo irregular diga-se. Na sequência do primeiro canto do jogo, marcado de forma curta, Kovaric cruzou para a área onde surgiu Milan Bakos, nas costas de Coentrão, a desviar de cabeça para as redes de Patrício. No momento do passe do lateral, o capitão do Viktoria estava adiantado, mas o árbitro não viu o golo foi mesmo validado.

Um golo que transtornou os leões que demoraram a entrar no jogo e a adaptar-se ao piso duro de Plzen, com uma bola muito saltitona. Battaglia, tal como em Chaves, voltou a jogar como lateral direito, abrindo uma vaga para Petrovic entrar no onze, à frente da defesa e atrás de uma linha de quatro jogadores, com Bas Dost destacado na frente. Os momentos que seguiram ao golo, revelaram um leão perdido, com dificuldades em sair a jogar e em anular as muitas bolas longas que os checos colocavam na área de Patrício.

Só nos últimos quinze minutos da primeira parte é que o Sporting começou a conseguir assentar o seu jogo, com mais posse de bola e abrindo o jogo para os flancos, com Gelson e Acuña a entrarem no jogo. Já perto do intervalo, Bryan Ruiz teve uma oportunidade soberana para empatar, mas atirou ao lado. Grande pormenor de Bas Dost que, com um toque de calcanhar, libertou o costarriquenho que, mesmo sobre a marca de grande penalidade, atirou com o pé esquerdo ao lado.

A segunda parte começou como terminou a primeira, com o Sporting por cima e a contar com uma oportunidade soberana para matar a eliminatória. Bomba de Bruno Fernandes, Hruska defende para a frente, Acuña, na recarga, acerta no poste e, em nova recarga, atira por cima. Um lance que custou tanto como um golo sofrido. Um lance que, tal como o de Bryan Ruiz, mostrava que a sorte, esta noite, não estava com o Sporting. Um lance que teve ainda o condão de despertar a equipa checa para uma série de novas investidas. Numa delas chegou mesmo ao golo e empatou a eliminatória. Havel entra na área pela direita e cruza atrasado para o remate de Bakos que bisa no jogo.

Eliminatória empatada e Jorge Jesus reagiu de imediato, procurando reequilibrar a equipa com a entrada de Piccini, permitindo o regresso de Battaglia à sua posição natural. Mas agora os checos estavam moralizados, continuando a despejar bolas na área de Patrício e a provocar sucessivos calafrios. Ainda assim, o Sporting voltou a contar com uma oportunidade soberana para matar a eliminatória. No último lance antes do prolongamento, Bas Dost entrou na área a disputar uma bola com Reznik e o árbitro detetou uma falta sobre o holandês. No entanto, na marcação da grande penalidade, Bas Dost atirou para o centro e permitiu a defesa de Hruska que levou mesmo o jogo para prolongamento.

Parecia que não ia ser mesmo uma noite favorável para os leões, mas a felicidade acabou por chegar, já no final da primeira parte do prolongamento, na sequência de um pontapé de canto de Bruno Fernandes e um desvio de cabeça de Battaglia. Enorme a festa no banco dos leões, uma vez que este golo valia praticamente a eliminatória. O Viktoria tinha agora apenas quinze minutos para marcar dois golos e já não tinha energia para voltar a acreditar. Os checos ainda tentaram, mas o Sporting já estava em modo quartos de final. O sorteio é já esta sexta-feira, ao meio-dia.