FC Porto e Benfica chegam aos quartos-de-final da Liga Europa como dois dos principais favoritos à conquista do troféu, juntamente com Juventus e Valência. As equipas portuguesas não encontram nenhuma truta, embora seja consensual que o Sevilha está um patamar acima do AZ Alkmaar.

Nos outros jogos desta quinta-feira destaque para o Lyon-Juventus, em que os campeões italianos vão ser colocados uma vez mais à prova contra os vizinhos franceses, que estão longe dos tempos em que iam longe na Liga dos Campeões. Os italianos não perdem de vista esta competição e querem jogar a final em casa.

O Valência tem pelo frente os suíços do Basileia, clube com muita experiência de Liga Europa e que surge sempre como uma incógnita contra uma formação espanhola que ainda tenta curar as feridas do péssimo início de temporada.

Desta vez os jogos realizam-se todos à mesma hora: 20h05.

AZ ALKMAAR - BENFICA, AZ STADION, EM ALKMAAR


Jorge Jesus continua a dizer que a prioridade do clube é o campeonato nacional e enquanto não o garantir matematicamente não vai descansar. No entanto, o finalista vencido da última final da Liga Europa já está outra vez nunca fase avançada da competição e não vai deixar de querer ultrapassar os desafios que vão aparecendo.

O próximo é o AZ Alkmaar, uma equipa holandesa pouco temível, mas com um treinador respeitável, que já colocou a fasquia vem alta. Para Dick Advocaat será algo muito importante ultrapassar os portugueses, mas não considera ser impossível: «Não acho que seja um jogo entre um David e um Golias. Jogamos em casa, temos essa vantagem, por muito que respeitemos o adversário. Mas, se o Ajax pode ganhar ao Barcelona, por que não poderá o AZ fazer o mesmo ao Benfica?»

Jesus respondeu na mesma moeda: «É a mesma coisa para o Benfica. Será um grande feito passar às meias-finais. O que importa não é o nome do clube, é a eliminatória que tens pela frente. Queremos sonhar em chegar às meias-finais. Será sempre um grande feito. Também pensamos como o treinador do AZ Alkmaar.»

E estamos aqui, num terreno algo indefinido pela incógnita em relação à gestão de esforço do Benfica e muito ceticismo sobre o real valor dos holandeses. Se os encarnados marcarem fora de casa, como fazem quase sempre, têm meio caminho aberto para a meia-final.

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FC PORTO-SEVILHA, ESTÁDIO DO DRAGÃO, NO PORTO


Que FC Porto teremos no Estádio do Dragão esta quinta-feira? Aquele que eliminou o Nápoles, ou o que perdeu com o Sporting e o Nacional? Do outro lado vai estar um Sevilha motivado pelos bons resultados na Liga espanhola e que surge na cidade Invicta como um temível opositor.

Para os dragões torna-se absolutamente imperioso conquistar títulos, principalmente depois da batalha perdida no campeonato, como assumiu Luís Castro: «Este é um momento de conquistas. Temos a Liga Europa, a Taça da Liga e a Taça de Portugal. Temos de ser determinados. Salvar é uma palavra demasiado forte para aquilo que é a história do FC Porto».

O treinador do Sevilha foi menos objetivo e preferiu elogiar o rival. Unai Emery falou nos «laterais muito ofensivos e na capacidade de Mangala, para além dos equilíbrios de Fernando, da acutilância dos extremos e do óbvio Jackson Martinez, que «personifica o golo». Já o presidente do clube, José Castro, levanta um bocadinho o véu e vinca a ideia que talvez seja possível ultrapassar o FC Porto: «Existe uma vontade enorme de chegar às meias-finais».

De coração dividido estará Beto, ex-portista que representa o emblema andaluz. Recuperado de lesão, o guarda-redes conhece bem as dificuldades que se avizinham. «Espero o melhor FC Porto porque esta é a competição que mais ambiciona. Independentemente da última derrota, atravessa um bom momento. Mas o Sevilha também estará bem. O Porto tem muita alma e está habituado às grandes competições», vincou. 

Quanto a Daniel Carriço ainda não é certa a sua utilização, mas foi convocado e tem ainda tempo para recuperar.

OLYMPIQUE LYON-JUVENTUS, ESTÁDIO GERLAND, EM LYON


A final de 14 de maio é em Turim e desde muito cedo que a Juventus definiu como objetivo primordial para esta época conquistar a Liga Europa em casa. Com o campeonato quase resolvido com a revalidação do título, a vechia signora segue o seu rumo e prepara-se para fazer cair o Lyon.

Dos dois lados muitas baixas, nomeadamente nos franceses, que vivem dias negros depois da glória de outros anos. Os defesas Milan Biševac, Gueïda Fofana, Miguel Lopes e Mouhamadou Dabo estão lesionados, assim como os médios Clément Grenier e Yoann Gourcouff, embora haja a boa notícia do regresso de Samuel Umtiti. Do lado italiano fica de fora Arturo Vidal, Angelo Ogbonna, Federico Peluso e Andrea Barzaglie, mas Tévez regressa e Claudio Marchisio também deve ser titular.

O técnico do Lyon admite estar a atravessar uma fase muito complicada e o adversário que se segue é provavelmente o pior possível. «Temos uma montanha para escalar, que terá de ser escalada em dois passos. Num jogo como estes nada temos a perder, pois pode fazer-nos crescer. Quero que os meus jogadores dêem tudo. Fizemos um longo caminho desde o play-off, consegui dar mais experiência aos meus jogadores, o que é gratificante. Por vezes, acontecem milagres no futebol. E gostava que houvesse um amanhã», disse Rémi Garde na conferência de imprensa de antevisão do encontro.

Vinda de uma derrota com o Nápoles da série A, a Juventus surge no Stade de Gerland com o rótulo de super-favorita, mas o técnico Antonio Conte não dá a eliminatória como ganha à partida: «O Lyon é uma grande equipa francesa, muito forte no ataque e também do ponto de vista físico. Conhecemos os seus pontos fortes e fracos. Sabemos que a primeira mão é sempre muito importante. O facto de sermos a última equipa italiana em prova na Liga Europa é uma enorme satisfação, mas também colocou mais pressão sobre nós. Queremos ir longe na competição e a final é na nossa casa».

Não há dúvidas sobre as motivações das duas equipas e só um escândalo afastará os italianos do seu rumo.

BASILEIA-VALÊNCIA, ST. JACOB-PARK, EM BASILEIA

O Basileia é uma incógnita, o Valência um gigante a tentar reerguer-se. Os suíços trazem como crédito o facto de terem vencido os dois jogos com o Chelsea na Liga dos Campeões e o St. Jakob-Park é uma fortaleza praticamente intransponível, mas o jogo desta quinta-feira será disputado à porta fechada após os incidentes registados no encontro da segunda mão dos oitavos-de-final com o Salzburgo.

Os espanhóis podem tentar aproveitar esta incidência para recuperar força, sabendo que não vão poder contar com o castigado Javi Fuego e com o lesionados Diego Alves, Víctor Ruiz, Ricardo Costa e José Gaya. O treinador teve de ir buscar Roberto Ibáñez, Jaume e Salva Ruiz às reservas para colmatar as ausências.

«Talvez as coisas não estejam a correr como esperávamos no campeonato, mas sentimos que estamos fortes. Merecemos estar nas últimas oito equipas desta prova e vamos fazer tudo o que pudermos para entrar no grupo das quatro últimas. Ser favorito ou não depende de a quem é feita a pergunta. O meu sentimento pessoal é que podemos ganhar este jogo», frisou Juan Antonio Pizzi.

Pela segunda época consecutiva o Basileia pode chegar às meias-finais da competição e não lhe falta motivação, como frisou o técnico Murat Yakin: «Teremos de ser muito criativos no ataque, mas tenho muitos jogadores com essa mentalidade ofensiva. Eles venceram o Barcelona fora e por isso são perigosos, mas se jogarmos como equipa e dermos o nosso melhor, podemos pensar em ganhar na próxima semana. Podemos ser superiores no conjunto dos dois jogos».

Sem os lesionados Marco Streller, Ivan Ivanov e Behrang Safari e o castigado Giovanni Sio, Yakin deve promover a titulares Valentin Stocker, Matias Delgado e Breel Embolo, um jovem talento de apenas 17 anos que já se fez notar com o Salzburgo.