O regresso de Jürgen Klopp ao Iduna Park ficou marcado por um empate entre o Dortmund e o Liverpool (1-1) que deixa tudo em aberto para o segundo jogo em Anfield. Um jogo que foi marcado por um intenso equilíbrio entre o futebol disciplinado e geométrico dos alemães e o futebol mais artístico, mas também mais solidário, dos ingleses. Os de vermelho chegaram ao intervalo a vencer, mas os de amarelo empataram logo a abrir a segunda parte. Um empate «diplomático» a combinar com o regresso do carismático treinador a um palco onde deixou forte marca.

Confira a FICHA DO JOGO

Um jogo que começou em ambiente de festa, com palmas para Klopp e ao som do «You’ll never walk alone», um tema que é comum aos adeptos dois clubes. O Dortmund entrou em campo apenas com duas caras «desconhecidas» para Klopp: o jovem médio Julian Weigl, contratado ao TSV Munique que, com apenas vinte anos, já é uma peça-chave neste novo Dortmund de Thomas Tuchel, e Gonzalo Castro, reforço que chegou do Bayer Leverkusen. Do lado do Liverpool, Klopp apostou no onze habitual, trocando apenas Sturridge por Origi no ataque.

O jogo começou equilibrado, com as duas equipas a juntarem-se numa curta faixa de trinta metros no centro do terreno, a medirem forças, com os amarelos a empurrarem os de vermelho para a sua área e vice-versa. Um duelo que se manteve nos primeiros quinze minutos, com um ligeiro ascendente dos alemães que, com Reus, Mikhtaryan e Aubameyang bem adiantados, começaram a obrigar os ingleses a trocar a bola bem perto da baliza de Mignolet.

Weigl foi o primeiro a quebrar este jogo do empurra, com um passe de rotura a lançar Sschmelzer pelo corredor esquerdo. O lateral cruzou atrasado para o remate de Mkhitaryan. Valeu ao Liverpool o corte de Sakho. Mas este lance, aos 19 minutos, marcava a clara ascensão do Dortmund que, nos minutos seguintes, criou novas oportunidades para marcar, com destaque para dois remates de Aubameyang e outro de Mkhitaryan.

Quando parecia que era o golo do Dortmund que estava iminente, foi o Liverpool que festejou. Passe longo, cabeçada de Milner a destacar Origi e o jovem belga a bater Wedenfeller com alguma sorte, com a bola a sofrer um desvio traiçoeiro no calcanhar de Piszczek.

Um golo que teve o condão de mudar a banda sonora do Iduna Park, com os adeptos ingleses a fazerem-se ouvir nos minutos seguintes, perante o silêncio dos mais de sessenta mil alemães. A própria equipa do Dortmund perdeu momentaneamente a iniciativa que vinha assumindo e o Liverpool quase fez o 2-0, numa investida de Clyne. A equipa de Tuchel só conseguiu reagir já em tempo de compensação, com mais um remate de Aubemayng, mas a última oportunidade da primeira parte foi mesmo do Liverpool, com Origi a surgir outra vez na frente de Weidenfeller que desta vez não permitiu que o jovem belga rematasse.

O Liverpool chegava ao intervalo em vantagem, um resultado de sonho para Klopp, mas acabou por perdê-la logo a abrir a segunda parte que, diga-se desde já, teve pouco a ver com a primeira. Tuchel abdicou de Durn para lançar Sahin para o centro do terreno, desviando Mkhitaryan para a direita e foi da direita que o jogador arménio cruzou para a imparável cabeçada do experiente Hummels no golo do empate.

Um empate que abriu o jogo por completo, agora com muito mais espaço para se jogar, tanto para um lado, como para o outro. O Liverpool reagiu de pronto e esteve muito perto de recuperar a vantagem nos minutos seguintes, com dois remates de Coutinho e duas defesas impossíveis de Weidenfeller.

Mas há medida que os minutos iam passando, as duas equipas atacavam cada vez com menos jogadores. A prioridade, e isso era mais do que evidente em campo, era não voltar a sofrer golos. O Dortmund ainda fez um forcing na procura de chegar à vantagem, com destaque para um remate de Castro, mas depois de um ou outro susto, acabou também por recolher e optar por um futebol mais seguro e com poucos riscos.

Fica, assim, tudo em aberto para o jogo da próxima semana em Anfield.