Slavia Praga e Rio Ave empataram a zero (0-0) na primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga Europa. Um bom resultado para a equipa portuguesa, que regressa a Vila do Conde sem golos sofridos e esperança no apuramento para o play-off da competição.

Este novo Rio Ave, agora sob o comando técnico de Capucho, deixou boas indicações enquanto teve capacidade física para tal. Abordou o jogo de forma inteligente, superiorizou-se até ao longo da etapa inicial e agradeceu a direção pouco alinhada de Skoda, a principal arma do Slavia, nos períodos de maior sufoco.

Milan Skoda, com o mesmo nome da reputada marca de automóveis da República Checa, teve várias oportunidades para inaugurar o marcador, superiorizou-se a Marcelo e Roderick mas ficou em branco.

FICHA DE JOGO

Nuno Capucho já tinha demonstrado a sua preferência pelo 4x4x2 losango e apostou nesse sistema para o primeiro jogo oficial do Rio Ave na temporada 2015/16.

A equipa de Vila do Conde tinha de lutar contra o fator-casa e, sobretudo, os maiores índices competitivos do adversário. O Slavia Praga já disputou a segunda pré-eliminatória da Liga Europa, eliminando o Levadia da Estónia graças a um golo marcado fora de casa (3-1 e 2-0).

Os checos, para além disso, iniciaram a preparação mais cedo porque o campeonato local arranca neste fim-de-semana. O Rio Ave, por seu turno, começa a disputar a Liga portuguesa apenas a 12 de agosto.

Preparada para a maior disponibilidade física do adversário, a equipa de Vila do Conde apostou na inteligência estratégica e logrou controlar o ritmo do encontro em vários períodos, graças ao bom trabalho do seu quarteto de meio-campo.

Sem uma referência clara no setor ofensivo, entregue a Yazalde e Gil Dias, o Rio Ave ficava à espera de um momento de inspiração de João Novais, Krovinovic e Rúben Ribeiro, que tinham liberdade para rematar de todo o lado e em todos os momentos.

Jiri Pavlenka demonstrou atenção na sequência de um número considerável de ensaios vila-condenses. A fórmula era clara: quebrar o ímpeto do adversário com a posse de bola em zonas adiantadas e procurar a felicidade.

O Rio Ave tinha apenas outra problema por resolver. Como travar Milan Skoda? O gigante do Slavia, com os seus 190 centímetros, ultrapassava invariavelmente Marcelo (mais baixo) e até Roderick Miranda. Não era apenas uma questão de tamanho. Há por ali muita qualidade.

Seria precisamente Skoda a protagonizar os maiores lances de perigo para a baliza de Cássio. Já perto do intervalo, o árbitro assinalou uma ligeira carga do avançado sobre Marcelo antes de um pontapé de bicicleta que fez balançar as redes do Rio Ave.

Ao minuto 74 assistiu-se ao momento do encontro. O Slavia crescia por essa altura e a sua referência ofensiva ia ameaçando o golo pelos ares. No lance decisivo, após um cruzamento de Kenia, Milan Skoda cabeceou já na pequena área mas Cássio voou e evitou o 1-0 de forma milagrosa.

Ora Nuno Capucho, que colocara pouco antes o ponta-de-lança Guedes, sentia algumas unidades a perder gás e apelava à concentração. Destaque para o lateral direito Eliseu Cassamá (ex-Réus), autor de uma bela exibição e um de quatro reforços a surgir no onze. Rafa Soares (FC Porto) cumpriu, Rúben Ribeiro (ex-Boavista) destacou-se na primeira parte e Gil Dias, cedido pelo AS Monaco, viu-lhe ser negada a melhor oportunidade de golo para o Rio Ave, ao minuto 64.

Wakaso e João Novais foram gigantes no setor intermediário, com a companhia de Rúben Ribeiro a tempo parcial. No final, um resultado interessante para uma equipa que perdeu vários elementos influentes neste mercado de transferências, sobretudo no setor ofensivo: Edimar, Renan Bressan, Ukra, Kayembé, Kuca ou Hélder Postiga.