O Benfica goleou o Lech Poznan, desta vez por 4-0, e garantiu desde já a qualificação para os 16 avos de final da Liga Europa (sorteio marcado para 14 de dezembro) antes do último jogo em Liège em que ainda pode lutar pelo primeiro lugar do grupo. Uma noite tranquila para a equipa de Jorge Jesus que, com um Pizzi inspirado, ao lado do regressado Darwin, dominou por completo a equipa polaca, jogando boa parte do jogo no meio-campo adversário. O resultado até podia ter sido mais dilatado, tal o volume de jogo que os portugueses apresentaram junto à baliza de Bednarek.

Foi um Benfica diferente que se apresentou em campo, com Gabriel, mais fixo, junto aos centrais, e Rafa, Chiquinho e Éverton no apoio ao ataque, onde jogou Pizzi no apoio direto ao regressado Darwin. Rafa e Éverton davam largura ao jogo, mas depois procuravam zonas mais interiores, juntando-se a Pizzi e Chiquinho para pressionar os polacos na zona central, deixando as alas entregues a Gilberto e Grimaldo.

O Lech Poznan, por seu lado, já com escassas possibilidades de se qualificar, abdicou de sete titulares da última vitória, no terreno do Lechia Gdansk (1-0), incluindo o melhor marcador da equipa, o avançado sueco Ishak, que começou o jogo no banco. Foi, portanto, uma equipa à procura de rotinas, presa de movimentos que se submeteu à pressão alta do Benfica.

Um jogo que começou com um ritmo baixo, mas com o Benfica, como um rolo compressor, a empurrar os polacos para junto da sua área. A equipa portuguesa demorou a montar o cerco e fechar todas as brechas, mas quando o conseguiu, raramente os polacos conseguiram sair a jogar, perdendo bolas logo depois de as conquistar.

Só depois do Benfica ter o jogo completamente controlado é que surgiu a primeira oportunidade, aos 22 minutos, com um grande passe de Grimaldo para a zona de finalização. Darwin amorteceu para um primeiro remate de Pizzi, Bednarek deendeu para a frente e o avançado uruguaio, com tudo para marcar, atirou por cima. Nesta altura, como dizíamos, o Benfica já estava instalado no meio-campo do Lech Poznan, mas ainda sentia dificuldades em encontrar espaços para visar a baliza de Bednarek.

Mas não foi preciso esperar muito mais. Num pontapé de canto marcado por Pizzi, sobre a direita, Vertonghen elevou-se bem entre dois adversários e cabeceou em banana, sem hipóteses para Bednarek. Um golo festejado, com alívio, por Jorge Jesus no banco, uma vez que, com este golo, o Benfica estava com um pé nos 16 avos de final, qualquer que fosse o resultado no jogo de Glasgow. Um golo que também fez bem à equipa, bem mais descontraída nos minutos que faltavam até ao intervalo, que chegou depois de mais um remate de Grimaldo, mas por cima.

Polacos ao fundo

O controlo em crescendo do Benfica, permitia antecipar mais golos na segunda parte. Além disso, o a equipa de Jorge Jesus regressou com um ritmo mais intenso que desbaratou por completo a consistência que os polacos tinham conseguido apresentar até então. Pizzi ensaiou dois remates de meia distância, Chiquinho também tentou surpreender Bednarek, numa altura em que a defesa polaca já estava aos papéis como se viu nos minutos seguintes em que o Benfica marcou dois golos de rajada.

O primeiro nasce num erro crasso de Bednarek que falhou um pontapé longo e colocou a bola nos pés de Gabriel. O brasileiro colocou na frente em Pizzi que, por sua vez, serviu Darwin Nuñez para o segundo da noite. Bola ao centro e novo golo: Chiquinho recuperou uma bola, Rafa Silva saiu disparado em velocidade e serviu Pizzi sobre a direita, com o capitão, a também fazer o gosto ao pé, neste caso o esquerdo, depois de tirar um adversário da frente.

Estava feito. Jorge Jesus fez, desde logo, três alterações de uma assentada, abdicando de Chiquinho, Pizzi e Darwin para lançar Weigl, Waldschmidt e Seferovic, com o alemão a colocar-se à frente dos centrais, permitindo a subida de Gabriel no terreno para novas funções. Mantinha-se a mesma estrutura, mas com novos protagonistas, mas a mesma tendência. O Benfica instalado no meio-campo polaco a criar sucessivas oportunidades e os polacos, também depois de muitas alterações, a procurar o golo de honra com transições rápidas, procurando aproveitar o adiantamento de toda a equipa do Benfica.

Seferovic teve uma oportunidade soberana para fazer o 4-0, mas foi Weigl, a passe do suíço, que deu ao resultado contornos de goleada já sobre o minuto noventa. Ainda houve tempo para o Lech Poznan atirar uma bola à trave antes do apito final, mas o Benfica garantiu, desde já, a qualificação para a próxima fase e, além disso, também conquista uma semana mais descansada, com Jorge Jesus a ter a oportunidade de fazer descansar os jogadores mais utilizados em Liège e, ao mesmo tempo, dar minutos aos menos utilizados.