O Rio Ave leva a eliminatória em aberto para Vila do Conde, mas com o desafio de virar a derrota sofrida na Polónia, ante o Jagiellonia Bialystok. Um golo de Machaj decidiu o jogo a favor do vice-campeão polaco.

Não é descabido dizer que o Rio Ave podia ter conseguido algo mais. Teve ocasiões para empatar. Por outro lado, é pertinente falar na palavra mudança, num início de jogo difícil para o Rio Ave que dita a diferença na eliminatória. Mudança, do clima à equipa. E ainda na forma de jogar com o novo treinador, José Gomes.

O tempo mudou radicalmente nos instantes iniciais, encharcou o relvado e tornou-o uma antítese do aquecimento. Penoso para os vila-condenses, num corte imperfeito de Buatu a isolar Machaj, que não perdoou perante Makaridze (9m).

Com quatro reforços no onze – três deles na defesa - este Rio Ave é claramente uma equipa em construção. Não tão assente na posse de bola e na profundidade dos laterais como na época passada. Mas já com algum entrosamento. Ao ataque, vê-se já uma procura da velocidade dos homens da frente: ora Gabrielzinho, Galeno ou Dala. É uma forma diferente a ser apurada.

Mas o golo sofrido não veio como única contrariedade: Diego Lopes lesionou-se, esteve 17 minutos em campo e deu lugar a Bruno Moreira, que passou a ser a principal referência na frente. Perda de alguma organização ofensiva. Ganho de irreverência.

A entrada do ex-P. Ferreira deu logo algum fulgor atacante. Com dois minutos em campo, Bruno Moreira quase empatou a passe de Gelson Dala, mas Kelemen negou.

FICHA E FILME DO JOGO

Neste jogo, importa também falar em rotinas, amiúde mais evidentes no Jagiellonia. Os polacos, só com um reforço no onze – o autor do golo – pareceram uma equipa mais concreta na sua forma de jogar, embora com maior contenção do que nas competições internas. Um recuo nítido sem bola a defender. E a tentar a ofensiva pela certa.

O Rio Ave cresceu até ao intervalo e quase beneficiou de um corte de Mitrovic a cruzamento de Galeno. A bola bateu no poste e o intervalo chegou com a diferença mínima.

O dito lance foi, a par da dupla ocasião ao minuto 74, o que mais cheirou a empate. No segundo tempo, a troca de extremos esticou jogo para Galeno na esquerda e o brasileiro obrigou Kelemen à defesa da tarde, segundos após um remate de Bruno Moreira que esbarrou no muro polaco. Pouco depois, o avançado falhou o desvio de cabeça a passe do recém-entrado Schmidt.

O Jagiellonia, apesar de mais na expetativa após o intervalo, não enjeitou o ataque e Kwiecen quase dobrou a diferença após a hora de jogo (63m).

Foi talvez o único lance de maior frenesim para Makaridze, entre vários remates mal direcionados. O Rio Ave lutou, aqui e ali já com mais coração do que cabeça, não conseguiu marcar, mas volta a casa com claras aspirações de seguir em frente.

Há uma semana para trabalhar, corrigir e anular este 1-0.