Na véspera da primeira mão das meias-finais da Liga Europa contra o Manchester United, Paulo Fonseca teceu rasgados elogios a Bruno Fernandes.

«O Bruno é fantástico, pelo que fez no Sporting e pelo que está a fazer no United. Chegou um pouco tarde, mas aprendeu muito antes de chegar ao Sporting, pois desenvolveu-se bastante em Itália [Novara, Udinese e Sampdoria]. O que acho notável é a sua personalidade. Tem muita qualidade, mas também é um líder, um lutador e é muito, muito inteligente. Não me surpreende que, desde que chegou ao United, se tenha tornado o líder da equipa», referiu, em entrevista à ESPN.

Ainda sobre o facto de o compatriota ter despontado com quase 25 anos, o técnico português da Roma explicou-o com a falta de oportunidades que os jovens jogadores têm em clubes de enorme dimensão. 

«Tenho de confessar, não é fácil dar oportunidades aos jovens jogadores quando estás numa grande equipa com expetativas elevadas. Há muita pressão. Precisas que o jovem tenha a personalidade e o caráter certos. Na Roma temos isso com o Zaniolo, por exemplo. É tão corajoso, tão obstinado. Não se vê muitos jogadores muito jovens a jogar com regularidade em grandes equipas. Mas depende do caráter de cada um deles. Quando vejo um jogador com caráter e personalidade que combinam com o seu talento, a idade para mim não importa», esclareceu.

O treinador do clube romano aproveitou ainda para agradecer aos adeptos ingleses por se terem manifestado e terem feito prevalecer a sua vontade em relação à criação da Superliga.

«Quando vi a notícia, primeiro fiquei muito preocupado, mas agora estou muito orgulhoso. Sinto orgulho de fazer parte do futebol. Acho que demos um grande exemplo para o mundo e para a sociedade. O mais importante são os adeptos. Entendo que os maiores clubes querem mais dinheiro, mas também são os que gastam mais dinheiro. São eles que pagam 100 milhões de euros pelos jogadores. E isso cria um problema para os clubes mais pequenos. É egoísmo da parte deles», começou por dizer. 

«Agradeço aos adeptos, aos jogadores, aos treinadores, a todos aqueles que se posicionaram contra isso. Se a Superliga tivesse acontecido, poderia ter matado o futebol de verdade. E eu penso no que aconteceu em Inglaterra, ver as pessoas na rua, a fazer a sua voz ser ouvida, e foi incrível. Estou muito orgulhoso deles», completou.