Montiel na Liga Europa como no Mundial 2022.

A Liga Europa é do Sevilha. Sevilha é mesmo Liga Europa.

O clube espanhol conquistou, esta quarta-feira e pela sétima vez na história, a segunda principal competição europeia de clubes, repetindo os feitos de 2006, 2007, 2014, 2015, 2016 e 2020.

O recordista acentua o estatuto de mais titulado. José Mourinho perde a primeira final europeia à sexta tentativa e a Roma falha um segundo título europeu consecutivo, depois da Liga Conferência em 2021/22.

Numa Liga Europa decidida pelo terceiro ano consecutivo nos penáltis, um argentino começou a festejar para a Roma (Paulo Dybala). Porém, um autogolo de Mancini atirou o jogo para prolongamento e, por fim, outro argentino confirmou o título: Montiel, que até viu Rui Patrício defender o penálti, teve direito a repetição e não falhou o quarto pontapé do Sevilha, que fechou o desempate num 4-1.

Ocampos, Lamela, Rakitic e Montiel atiraram a contar para o Sevilha na decisão, Cristante foi o único que marcou para a Roma. Mancini acentuou uma noite para esquecer ao ver Bono defender o penálti e Ibañez atirou ao poste.

Em Budapeste, assim se resolveu uma maratona de mais de três horas, 120 minutos de jogo, com mais cerca de 30 minutos de compensação em cima.

A Roma até esteve bem na primeira parte e saiu em vantagem, mas o Sevilha cresceu na segunda e agarrou-se mais ao jogo, decidindo da marca dos 11 metros.

A primeira meia hora de jogo ficou marcada por um duelo de alguma expectativa e cautela e só houve movimentações junto das balizas num remate de Spinazzola, defendido com dificuldade para a frente por Bounou, aos 11 minutos.

Aos 32, a Roma pediu penálti num lance em que Gudelj levantou o pé onde Abraham colocou a cabeça, mas Anthony Taylor, auxiliado pelo VAR, confirmou a legalidade do lance, imediatamente antes da explosão de alegria italiana em Budapeste.

Aos 35 minutos, Cristante ganhou na disputa com Rakitic, que se desequilibrou e ficou a pedir possível falta, enquanto Mancini lançou a corrida de Dybala entre dois defesas para o lance que acabou com remate cruzado e certeiro do argentino para o 1-0.

O Sevilha só conseguiu o primeiro remate enquadrado aos 39 minutos, num cabeceamento de En-Nesyri defendido sem dificuldade por Rui Patrício. O guarda-redes luso aindda apanharia dois sustos antes do intervalo, o maior no sexto de sete minutos de compensação, quando Rakitic rematou fortíssimo ao poste, já depois de um cabeceamento perigoso de Fernando após um canto, ao minuto 43.

Os espanhóis acabaram com energia no meio campo contrário nos minutos finais da primeira parte e, à procura de contrariar a desvantagem, Mendilibar deixou Bryan Gil e Óliver Torres no balneário ao intervalo, lançando Suso e Lamela, homens que ajudaram à dinâmica ofensiva no segundo tempo.

O recordista de troféus na Liga Europa entrou claramente melhor do que o que tinha apresentado em quase toda a primeira parte, criou mais desequilíbrios nos corredores e foi a partir de um cruzamento de Jesús Navas pela direita que surgiu o 1-1, aos 55 minutos. Ocampos, solto ao primeiro poste, até falhou o cabeceamento, mas nas suas costas e a tentar marcar En-Nesyri, Mancini fez autogolo.

As forças equilibraram depois do empate. O Sevilha estava motivado pelo golo, mas não conseguiu dar a melhor sequência para tentar a reviravolta e a Roma conseguiu acalmar o jogo, embora sem criar muito perigo à frente. Só conseguiu assustar Bounou ao minuto 67, num lance confuso na área, em que o guardião marroquino defendeu um desvio de Abraham e Ibañez, na recarga no meio da confusão, rematou enrolado e sem a direção desejada.

Por esta altura, já Dybala estava muito em esforço e Mourinho lançou Wijnaldum (68m), antes de refrescar mais a frente ao minuto 75, com a saída de Abraham e a entrada de Belotti, que teve a melhor ocasião da Roma para negar o prolongamento. Após um livre batido rápido por Pellegrini, o italiano tocou em esforço e só Bounou negou o 2-1. Este lance aconteceu já depois de um penálti que Anthony Taylor assinalou para o Sevilha, por falta de Ibañez sobre Ocampos, tendo revertido depois o lance ao ver, nas imagens, um corte limpo do central (76m). Em cima do sexto e último minuto de compensação, Suso tentou de longe, mas Rui Patrício segurou a Roma à final e o jogo foi para prolongamento.

No tempo extra, houve muito jogo, alguma tensão e muito espírito competitivo, mas poucas oportunidades. Nem 30 minutos, mais quase 15 de compensação entre as duas partes, deram para desempatar. Smalling ficou perto, aos… 120+11 (!), mas a decisão foi para penáltis.

Aí, o Sevilha foi mais eficaz e recuperou o estatuto de rei da Liga Europa.