Liga Europa com cheirinho a distrital. O velhinho e duro pelado e a dureza a que só resistem os homens de barba rija.
O Rostov-Manchester United, da 1.ª mão dos oitavos de final da Liga Europa, foi isto durante hora e meia.
José Mourinho tinha alertado para as más condições daquela espécie de relvado do estádio do clube vice-campeão russo, mostrando-se perplexo com a aprovação da UEFA para ali se jogar. Quem achava que eram tiques de alguém habituado aos imaculados retângulos verdes da Premier League, deu razão ao técnico português assim que a bola começou a rolar na partida que terminou com um empate a um golo.
Num jogo em que Mourinho voltou a não abdicar das estrelas da companhia Ibrahimovic e Pogba, os «red devils» adiantaram-se no marcador aos 35 minutos por Mkhitaryan numa das poucas vezes em que qualquer das equipas conseguiu pôr a bola a circular com qualidade à superfície do terreno de jogo.
Fellaini lançou Ibrahimovic na área e o sueco tocou atrasado para a entrada do internacional arménio, que só precisou de encostar.
A equipa inglesa esteve quase sempre no comando das operações nos primeiros 45 minutos da batalha de Rostov-on-Don, não permitindo veleidades à equipa da casa numa partida muito física e com muitas entradas à margem das leis.
Só que no reatamento o Rostov apareceu mais atrevido e foi recompensado aos 53 minutos. Após grande base pelo ar do defesa Kalachev, Bukharov matou com o peito e desviou de Romero só com o guarda-redes argentino pela frente.
O golo deu à equipa da casa o boost de confiança necessário para olhar de frente um dos «tubarões» crónicos do velho continente. Perdeu-lhe o respeito e seguiram-se alguns remates em carreiras de tiro, mas quase todos desenquadrados, uns por manifesta falta de jeito, outros por traição do amontoado de terra.
O Manchester United terminou o jogo em sofrimento, mas arrancou um importante empate na Rússia, que lhe permite ir para a 2.ª mão em posição privilegiada e, aparentemente, com toda a gente inteira.
