O Chelsea goleou o Arsenal em Baku (4-1) e conquistou a Liga Europa pela segunda vez no seu historial. E o futebol foi, por fim, justo para com Sarri.

O legado do italiano irá perdurar, mas agora já ninguém o pode acusar de não ter vencido. O futebol devia-lhe títulos. E a final no Azerbaijão deu-lhe, no fundo, outro estatuto. Agora Sarri já tem o rótulo de vencedor. 

A primeira parte esteve longe de ser empolgante. Durante largos minutos, a final da Liga Europa fez lembrar um enfadonho encontro de pré-época jogado na Ásia ou nos Estados Unidos pelo ritmo baixo e pelo pouco entusiasmo das bancadas.

Os «gunners» foram melhores nos primeiros minutos porque conseguiram retirar a bola ao adversário. Aubameyang assinou a primeira ameaça (8') e Xhaka levou a bola a bater ao de leve no travessão da baliza de Kepa (28').

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O jogo mudou quando o génio de Hazard se libertou. O belga deixou Emerson em boa posição para marcar com um simples toque de calcanhar, valendo Cech a negar o primeiro golo da noite. O guarda-redes checo, que cumpriu o último jogo da carreira, foi dos melhores em campo. 

O Chelsea crescia, jogava-se o «Sarri-ball» em Baku. Depois de uma jogada notável, Giroud viu o ex-colega de equipa Cech roubar-lhe a glória com a ponta da luva esquerda (41').

O domínio foi repartido e, por isso, o nulo era um resultado justo. 

A segunda parte teve outra história. Foi contada por um génio chamado Hazard. Soltou-se, parecia imparável e conduziu os «blues» à glória. Contudo, antes de falarmos do belga, é necessário abrir um parêntesis para Giroud.

Logo a abrir o segundo tempo o francês quebrou a resistência contrária. Emerson cruzou, Giroud antecipou-se a Koscielny e cabeceou para o fundo da baliza de Cech. Giroud ajoelhou-se e pediu desculpa aos adeptos «gunners» (49').

O Arsenal sucumbiu por completo, ruiu e desapareceu. Maitland-Niles, o melhor do Arsenal na primeira parte, perdeu para Jorginho a meio-campo e permitiu a Kovacic soltar a bola em Hazard. O belga cruzou rasteiro para o pontapé de pé esquerdo de Pedro Rodríguez (60').

Só faltava entregar a coroa a Hazard. O extremo foi coroado rei em Baku depois de bater Cech da marca de grande penalidade (65').

O Arsenal ainda reduziu volvidos quatro minutos por Iwobi - excelente golo, diga-se - mas estava escrito que Emery iria perder à quarta final da Liga Europa. Em novo erro na primeira fase de construção, Hazard tabelou com Giroud e assinou o bis.

Tanto «gunners» como «blues» tiveram oportunidades suficientes para marcar mais golos. Azpilicueta e Willian viram Cech evitar um resultado vergonhoso para o Arsenal enquanto Willock, Lacazette e Aubameyang desperdiçaram ocasiões soberanas para evitar a goleada.

As finais são para ganhar. Sarri discorda: as finais são para serem jogadas e vencidas. O italiano provou-o esta noite com ajuda de um feiticeiro (Hazard).