Carlos Carvalhal fez esta quarta-feira a antevisão do jogo dos 16 avos de final da Liga Europa frente à Roma, de Paulo Fonseca, elogiando a qualidade do adversário e lamentando o calendário apertado.

«Vamos defrontar uma grande equipa. Se houvesse dúvidas, basta ver que, quando há paragens internacionais para as seleções, o treinador fica sozinho. É aí que vemos a qualidade da equipa, com 18 internacionais A», começou por apontar o técnico do Sp. Braga.

«Mas a Roma tem também qualidade coletiva. Um coletivo forte, com um treinador muitíssimo bom, que incute uma identidade muito própria nas suas equipas, que nós conhecemos bem, com uma dinâmica ofensiva muito forte. Estão em terceiro lugar no campeonato italiano e sabemos que vamos defrontar uma equipa de topo europeu», frisou Carvalhal.

«Do outro lado, o Sp. Braga com um grande caráter, com jogadores que querem progredir e aspirar ao topo do futebol, com muita qualidade. Gente de trabalho, de caráter, numa equipa que também tem uma identidade boa», acrescentou depois o técnico arsenalista, lamentando o calendário apertado.

«Há dois meses que não fazemos um treino aquisitivo. A equipa tem sobrevivido às contrariedades, entre lesões e saídas, e com uma grande abnegação e vontade de fazer bem.»

«Vamos olhar olhos nos olhos da Roma tentar seguir em frente na competição e ficar dentro da eliminatória para o segundo jogo. Estamos muito confiantes, não estamos cansados, mas gostaria de ter tido quatro ou cinco jogos em vez de dez no último mês», garantiu Carvalhal.

Para o técnico, o Sporting de Braga está em «desvantagem» no capítulo da recuperação física comparativamente aos mais recentes adversários, excetuando o FC Porto, e realçou que os jogadores estão em «défice físico», pois, no seu entender, nenhuma equipa se consegue regenerar bem de uma série de mais de três jogos em intervalos de três dias.

«É possível fazer dois ou três jogos de três em três dias. Quando se chega ao quarto e ao quinto [jogo], já é diferente a recuperação. Em Inglaterra, não se joga sempre de três em três dias. Joga-se uma vez de três em três dias e o intervalo seguinte tem quatro dias», apontou.

«Reportem ao ano passado e digam-me quantas equipas fizeram três jogos seguidos de três em três dias. Eu não vi. Não é normal. Andar sobre isto é caminhar sobre arame farpado. Temo-lo feito bem, porque temos um caráter muito grande», disse o técnico.

Ao lado do seu treinador, o avançado Ricardo Horta, melhor marcador do clube minhoto nas provas europeias, com 12 golos, dois deles na época em curso, preferiu focar a vontade da equipa em explorar os seus «pontos fortes» e as «fraquezas» da Roma para tentar vencer o jogo.

«A Roma é uma grande equipa com grandes jogadores. Ainda ontem estivemos a ver os últimos detalhes sobre eles. Sofrem muitos golos na fase de construção. Vamos tentar dazer das fraquezas deles as nossas forças», disse.