Ainda a usufruir da quinta participação consecutiva na Liga Europa, o Villarreal está remetido para a luta pela permanência na Liga espanhola, prova em que ocupa o penúltimo lugar. Sem qualquer vitória nos últimos dois meses, o «submarino amarelo» anda à deriva, e a prova disso é que o técnico Javier Calleja, substituído por Luis Garcia em meados de dezembro, reassumiu o cargo cinquenta dias depois.
Nos dois jogos em que orientou a equipa entretanto - os empates com Espanhol (2-2) e Valladolid (0-0) - Calleja apostou no mesmo «onze» e com uma estrutura tática que oscila entre o 3x5x2 e o 3x4x3. Isto porque Fornals tanto apareceu em zonas mais próximas de Cazorla, para construir jogo, como foi segundo avançado, à semelhança de Gerard Moreno, nas costas de Toko Ekambi.
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O detalhe mais curioso desta estrutura está mesmo na disposição do ataque, mais concretamente na forma como Gerard Moreno e Pablo Fornals aparecem quase sempre no corredor central.
Ambos procuram criar soluções de passe entre linhas (e entre corredores), até a pedir uma solicitação direta dos centrais. Bonera é o mais competente neste capítulo, mas ainda assim o Villarreal cai excessivamente em saídas por fora, através dos alas, que então depois procuram estes auxiliares de Toko Ekambi, ou então explorar diretamente a velocidade do camaronês em profundidade, algo que pode criar problemas à defensiva leonina, como indiciam os onze golos já apontados por este avançado.
Esta (im)previsibilidade do Villarreal também está muito dependente da liberdade que tiver o regressado Santi Cazorla. Utilizado como segundo médio, ao lado de Iborra, o antigo jogador do Arsenal procura receber a bola junto dos centrais, ou então descaído para uma ala (sobretudo a esquerda, à procura de combinações com Pedraza).
Quando sente dificuldades para progredir por um dos lados, o Villarreal recorre muitas vezes à variação rápida de jogo, através de passes longos do central para o ala contrário, à procura de espaço para jogar.
Em organização defensiva o «submarino» tem metido muita água, desde logo pelas limitações inerentes à primeira linha, de três elementos. Os dois apoios ao ponta de lança (normalmente Gerard e Fornals) têm indicações para fechar prioritariamente o corredor central, de forma a obrigar o adversário a sair pelos flancos, mas depois têm de percorrer uma distância muito grande para acompanhar esse movimento.
Isto leva a que, não raras vezes, a situações de inferioridade nas faixas, ou até momentos em que os laterais/alas são levados a deixar a última linha defensiva – que passa de cinco a quatro elementos -, o que requer ajustes constantes.
A fragilidade defensiva tem estado bem patente nos lances de bola parada, já que um terço dos golos sofridos surgiu dessa forma (catorze golos, sendo que nove estão associados a livres cobrados para a área ou pontapés de canto).
E, para além dos defeitos coletivos, o Villarreal tem sofrido também com erros individuais evidentes, bem ilustrados através dos três autogolos já registados (Funes Mori, Jaume Costa e Bonera).
Refira-se, no entanto, que nos momentos em que perde a bola em zonas adiantadas no terreno, o Villarreal tem uma reação rápida e intensa, no intuito de recuperar a posse de imediato.