A FIGURA: Kanté

O pequeno gigante está em todo o lado. Quem viu o jogo percebeu que não foi nada por acaso que foi Kanté quem surgiu a fazer a recarga ao remate de Rabiot no golo francês, tantas foram as vezes que, em ataque continuado, o médio do Chelsea surgiu junto aos centrais portugueses. Travou uma luta ferocíssima no meio-campo e teve o sentido de oportunidade para surgir a resolver o jogo e o apuramento gaulês para a fase final da Liga das Nações. Do Mundial, ficou uma música que se entranha nos ouvidos e que dizia que N'Golo Kanté «est petit, il est gentil»... mas desta vez não foi nada simpático para a ambição portuguesa.

O MOMENTO: Kanté encontra o antídoto para Patrício (53m)

Portugal até entrara na segunda parte a jogar bem melhor do que fizera na primeira, mas na única pequena falha de Rui Patrício – que foi gigante durante o resto da partida – Kanté surgiu oportuno a empurrar para golo uma bola largada pelo guarda-redes luso, que tinha sido um verdadeiro antivírus para o veneno do ataque gaulês na primeira parte.

OUTROS DESTAQUES

Rui Patrício

Os países anglo-saxónicos celebram o dia de S. Patrício em março. Mas em Portugal o dia de S. Patrício é quando Rui quiser. E neste sábado, o guarda-redes português quis. Quis muito e defendeu mais ainda. Na primeira parte, foram pelo menos três as intervenções quase miraculosas a negar o golo a Coman e duas vezes a Martial. No golo de Kanté não segura um primeiro remate de Rabiot, mas não parecia ser muito fácil. Depois disso, ainda voltou a ser decisivo, mas já nada foi possível fazer para anular a desvantagem lusa.

Ronaldo

Sempre ele. Nos jogos maiores, os portugueses estão habituados a que o capitão da seleção se apresente sempre ao serviço. Foi isso que voltou a fazer diante do campeão do Mundo, num jogo em que os principais lances de perigo do ataque luso o tiveram sempre como protagonista. Ficou várias vezes perto de marcar, mas não foi a sua noite.

Diogo Jota

A entrada daquele que será, provavelmente, o jogador português em melhor forma neste momento, mexeu com a qualidade do futebol ofensivo de Portugal. Foi depois de Jota ter entrado – e Moutinho, também, é preciso dizer – que a seleção portuguesa dominou o adversário. Já entrou tarde.

Coman

No regresso a um palco onde foi tão feliz há poucos meses, quando marcou o golo que deu o título europeu ao Bayern Munique, o avançado voltou a brilhar. Na primeira parte fez a cabeça em água a Raphael Guerreiro e só Rui Patrício impediu que voltasse a marcar. Foi o primeiro a sair quando a França chegou à vantagem, mas pareceu sair com queixas físicas.

Griezmann

O avançado de origens portuguesa não vive os melhores dias desde que se mudou do At. Madrid para Barcelona e não tem sido muito feliz com a chegada de Ronald Koeman aos blaugrana, mas o talento de Griezmann é claríssimo. Aquele pé esquerdo é capaz de maravilhas como aquela que resultou numa abertura deslumbrante para Martial ficar isolado, valendo a Portugal a defesa de Rui Patrício.