Trabalhadores e representantes sindicais dos clubes reuniram-se esta sexta-feira em frente à sede da Liga Portugal [LPFP], no Porto, para reivindicar aumentos salariais e a revisão do Contrato Coletivo de Trabalho [CTT].

De acordo com os manifestantes, em 2016, «a Liga denunciou o CCT e excluiu os clubes de futebol, pretendendo negociar um CCT apenas para sociedades desportivas», o que, segundo os sindicatos, é inaceitável, uma vez que «os trabalhadores dos clubes são a maioria».

«São cerca de 15 mil trabalhadores, excluindo jogadores e técnicos, que abrangem as várias sociedades desportivas e clubes de todas as divisões. Não podemos aceitar esta chantagem e ameaça, em que prevalece a posição do Benfica, que não falta a nenhuma reunião, impondo a sua posição de retirar os direitos dos trabalhadores e impor salários miseráveis», referiu Francisco Figueiredo, membro da FESAHT (Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal), à agência Lusa.

Neste protesto, que contou com a participação de elementos da Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comércio e Serviços [FEPECES], os manifestantes lembraram que na mesa de negociações, no Ministério de Trabalho, têm sido «apresentados apenas aumentos salariais para quem ganha até 607 euros, deixando de fora a maioria dos trabalhadores, que há oito anos têm os salários congelados».

«Vamos continuar esta luta para reclamar e exigir que a Liga e os clubes respeitem os direitos dos trabalhadores, iniciando uma negociação séria, que não pretenda impor a caducidade do contrato, a retirada dos direitos e salários de miséria», acrescentou Francisco Figueiredo.

O sindicalista defendeu que os trabalhadores «não podem aceitar tais posições por serem violentas e destruidoras de toda a regulamentação coletiva e dos direitos conquistados ao logo de décadas», considerando que «a situação nos clubes de futebol é boa, não havendo, por isso, razões para retirarem os direitos de trabalho».