O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira foi castigado pela Comissão Disciplinar (CD) da Liga com 40 dias de suspensão e 1.500 euros de multa, na sequência das palavras dirigidas ao árbitro Carlos Xistra, conforme é dito em comunicado desta quarta-feira.
Na Assembleia Geral do clube da Luz no dia seguinte à vitória dos encarnados em casa do E. Amadora por 3-1, Vieira acusou o árbitro da A.F. Castelo Branco de ter tido «uma actuação que até parecia premeditada para prejudicar o Benfica».
O presidente das águias considerou que os 18 cartões amarelos mostrados por Xistra foram «um hino à estupidez» e que este «sabia o que estava a fazer e para quem o fazia», terminando com o apelo de «limpar o futebol de vigaristas e malfeitores».
A Comissão Disciplinar reconhece «que o arguido [Luís Filipe Vieira] não disse directamente que o árbitro queixoso [Carlos Xistra] quis premeditadamente prejudicar o Benfica e beneficiar outro clube (...), mas insinua e di-lo indirectamente ao afirmar que até parecia premeditada tal actuação; que Luís Filipe Vieira «também não chamou directamente estúpido ao queixoso, mas classificou de estupidez a amostragem pelo queixoso de 18 cartões»; e que «também não apelidou directamente o queixoso de vigarista e malfeitor (...), mas é um remate que indiscutivelmente pretende encaixar sobre o queixoso».
Posto isto, a CD não tem dúvida que «as declarações transcritas [de Luís Filipe Vieira na última AG do Benfica] vão direitas ao árbitro Carlos Xistra, como, aliás, «qualquer (...) bom pai de família» interpretaria, e que «colocaram em causa o bom nome e reputação pessoal e profissional do participante [árbitro]».
O órgão da Liga vai ainda mais longe na sua deliberação, transcrevendo no acórdão o sentido dos termos utilizados pelo presidente dos encarnados segundo o dicionário, como, por exemplo, «vigarista: burlão que apanha dinheiro aos incautos por meios fraudulentos».