Não há curvas para (o) Arouca. A ligação à Europa do clube da serra da Freita tem o traçado feito. Falta apenas a inauguração. Burocracias da matemática, que dizem faltarem dois pontos para o objetivo.

Na receção ao Nacional, os arouquenses não facilitaram e, aproveitando alguns erros alheios, é certo, venceram de forma clara por 3-0.

FICHA DE JOGO DO AROUCA-NACIONAL

Há muito que a formação de Lito Vidigal deixou de ser surpreendente. Foi-se tornando uma certeza, conforme os adversários foram tropeçando, e o Arouca foi somando pontos, ficando com um novo objetivo ao alcance de uma equipa que entrou neste campeonato a «lutar pela manutenção».

O Arouca não acusou a pressão de ter entrado em campo a saber que P. Ferreira e Estoril tinham vencido as suas partidas. Desde cedo que o conjunto de Lito Vidigal mostrou aquilo que tem caracterizado os seus jogos: uma equipa muito organizada defensivamente, que aproveita qualquer brecha na defesa contrária para chegar com perigo.

E foi isso que voltou a fazer. A pressionar alto a saída do Nacional, Nuno Coelho intercetou uma bola junto à área contrária, progrediu no terreno e, à saída de Rui Silva, colocou em Walter Gonzalez, que só teve de encostar.

Via verde nesta estrada Nacional

O golo inaugural animou a partida, mostrando um Nacional que também parecia querer discutir o jogo. Sobretudo através de iniciativas de Salvador Agra, os insulares foram chegando ao último reduto do Arouca, onde Soares foi dando algum trabalho aos centrais contrários.

Só que a subida da equipa de Manuel Machado permitiu que o adversário fosse explorando a velocidade de Mateus e Ivo Rodrigues, deixando a ideia de que o Arouca estava mais próximo de chegar ao segundo golo do que o Nacional ao empate.

O que Manuel Machado talvez não esperasse é que fosse a sua equipa a facilitar o caminho do adversário. Primeiro, foi Campos que, na tentativa de aliviar um canto batido por Artur, escorregou e tocou com a mão na bola, levando Cosme Machado a assinalar grande penalidade.

Da marca dos onze metros, Mateus não teve contemplações para com a equipa que representou durante seis épocas, aumentando a vantagem e terminando com as dúvidas quanto ao vencedor da partida.

Mas as facilidades concedidas pelo Nacional não se ficariam por aqui. Dois minutos depois, Belkaroui fez-se expulsar ao ver dois cartões amarelos no mesmo lance: primeiro por falta sobre Walter e depois por ir tirar de esforço junto do paraguaio.

Só não se pode dizer que a partida terminou nesse lance porque, na etapa complementar, o Arouca ainda chegou ao terceiro golo, novamente por Walter, que fez o sexto no campeonato. Os arouquenses ficaram a dever a si mesmos um resultado mais desnivelado, uma vez que tiveram oportunidades para mais, sobretudo, quando Mateus se deslumbrou num momento em que só tinha Rui Silva pela frente, e num lance em que Ivo Rodrigues rematou à barra.

O Nacional também ainda deu um ar da sua graça, aproveitando a maior descontração da equipa da casa, com Ricardo Gomes a obrigar Bracali a uma boa intervenção, e Soares a atirar a bola às malhas laterais.

No final, fica a ideia de que não haverá obstáculo que impeça que a Europa do futebol venha a conhecer Arouca na próxima temporada. Só falta cortar a fita desta via-rápida rumo às competições europeias.