Senhoras e senhores, preparem-se. Vai começar a história de um drama na Luz.

A história de uma equipa que vinha de duas derrotas consecutivas, que tinha perdido a liderança e que jogava em casa frente a um adversário que nunca tinha conseguido ganhar no Estádio da Luz.

A principal estrela, Jonas, e o menino-prodígio, João Félix, voltavam à titularidade e o público brindou-os com o maior aplauso da noite, antes do jogo.

Tudo parecia risonho para o Benfica e, aos dois minutos, o cenário ficou ainda melhor. O tal menino-prodígio descobriu a estrela que marcou o golo 124 com a camisola das águias.

Festa rija na Luz e o suspiro da maré negra a passar.

Mas como em qualquer drama, a coisa piorou numa fração de segundos, com «traições à mistura».

Logo aos cinco minutos, quando muitos ainda agitavam os cachecóis do golo de Jonas, a primeira traição.

Arsénio conduziu pela direita, aproveitando o espaço que o Benfica dava, e serviu de bandeja o ex-Benfica Chiquinho para o empate.

Cinco minutos, 1-1. Calma, ainda é cedo, pensariam os adeptos do Benfica que continuaram a cantar.

O FILME DO JOGO NA LUZ

OS DESTAQUES NESTA PARTIDA HISTÓRICA PARA O MOREIRENSE

E Rafa até mostrou que o Benfica queria mais, mas Jhonatan evitou um grande golo do português.

Depois dessa «nega», o descarrilar de uma equipa em campo, o compor de um drama.

Aos 15 minutos, novamente Arsénio a conduzir, pela direita, aproveitando o fosso de Grimaldo e superando o choque com Fejsa. Entrou na área e foi com conta, peso e medida para o ex-Benfica Pedro Nuno fazer o 1-2.

Ele deve ter festejado, os colegas gritado golo, mas na Luz o assobio foi o que mais se ouviu.

Rui Vitória esbracejava e tinha já dois “panzers” a aquecer, Ferreyra e Castillo. Sol de pouca dura, já que se sentaram pouco depois.

O Moreirense passeava na Luz e trocava as voltas ao guião que o treinador do Benfica trazia. Ele bem trocou Pizzi para a direita e Gedson para a esquerda, depois meteu João Félix ao lado de Jonas com Pizzi na linha e Rafa na outra. Mas ideias nem vê-las.

Já o Moreirense estava a seu bel-prazer e voltou a fazer das suas. Bola nas costas, Jardel não viu que no guião dizia que era Odysseas a bater na frente, e acrescentou drama. Fez um corte incompleto, colocou a bola nos pés de Chiquinho, que com tempo e espaço viu e colocou em Arsénio. O extremo deu em Loum, que de longe fez um belo golo.

1-3, o drama da Luz!

Até ao intervalo, muitos, muitos assobios e nenhuma reação do Benfica. Nem uma substituição para mexer no figurino.

Rui Vitória mexeu na pausa, meteu Salvio a fazer a lateral direita e acrescentou músculo na área com Castillo. Mas em vão. O Benfica estava apenas obcecado com a largura e o Moreirense iam vendo o passa para a direita e o passa para a esquerda com tranquilidade.

Na única vez que houve uma tabela central, Rafa isolou Castillo, que desperdiçou.

O caminho não era aquele. Alguém contou quantas bolas o Benfica mandou (literalmente) para a área sem qualquer perigo?

O drama aproximava-se do Benfica, mas ainda havia capítulos para piorar a estória. O capitão e líder no campo perdeu a cabeça e agrediu um rival. Feio.

Piorar era difícil, o tempo foi correndo, o final chegou e em vez de palmas, como habitual, soou mais um enorme coro de assobios. Será o fim de linha?