FIGURA: Sérgio Oliveira
Transporta em campo a alma da equipa. Motiva, corrige, organiza. Chegou aos dez golos na época com a marcação do penálti, isolou Mehdi Taremi com um passe em jeito a sobrevoar a defesa cónega, recuperou bolas e distribuiu jogo, num ritmo médio/alto. Chega a janeiro de 2021 com o estatuto de jogador mais influente da equipa – não confundir com melhor jogador da equipa. Uma conquista que só pode ser aplaudida, após tantos anos de altos e baixos, além de alguns empréstimos e até uma saída que parecia definitiva para Paços de Ferreira.

MOMENTO: o penálti mata as dúvidas (minuto 22)
O jogo estava dividido, descontrolado, desenhado por transições rápidas de parte a parte. O FC Porto fez o 1-0 de penálti e partir daí… massacrou. Até ao intervalo podia ter feito mais dois ou três golos, como se aquele golo tivesse tirado o açaime ao dragão. Um momento decisivo, depois de 20 minutos de grande réplica moreirense.

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Outros destaques:

Jesus Corona

Grande exibição do Tecatito. Foi ele que em habilidade, como sempre, sofreu a falta que originou o penálti; foi ele que cruzou naquela leveza única para Taremi cabecear à barra; e foi ainda ele a trocar os olhos a um cónego antes de tocar para um pontapé perigoso de Díaz. Teve uma receção fantástica – a passe de Uribe – e obrigou Pasinato a mais uma grande defesa. O FC Porto precisa do talento ímpar do melhor futebolista da época passada.

Mehdi Taremi
É um mestre a proteger a bola, de costas para o defesa. Ganha esse espaço, protege e depois decide o que fazer. Nesses movimentos, de facto, o iraniano é um avançado de tremenda qualidade. Mas não é só aí. Esteve muito perto do golo num cabeceamento forte e colocado à barra e num chapéu a Pasinato que passou a centímetros do poste esquerdo. O passe a isolar Corona, já na segunda parte, só pode ser feito por alguém com técnica e inteligência. Demorou a entrar na equipa, mas já é titular por direito próprio.

Matheus Uribe
A melhor exibição do colombiano nas últimas semanas. Voltou a ser aquele médio fortíssimo na antecipação e na entrega rápida, capaz de fazer uma pressão alta e de assumir a posse de bola em linhas mais baixas. O passe para Corona, a meio do segundo tempo, é notável. Precisa de ter mais confiança a conduzir a bola e a aparecer em zonas de tiro. Tem características para isso.

Mateus Pasinato
A defesa quase miraculosa ao cabeceamento de Marega, aos 39 minutos, entra diretamente para o top-10 das melhores do campeonato. Só por isso justificaria a entrada nestes destaques. Quase parava o penálti de Sérgio Oliveira, mas a bola saiu demasiado forte, e no segundo tempo roubou o golo a Jesus Corona, com mais uma parada inacreditável. Nota altíssima.  

Yan Matheus
O baixinho formado no Palmeiras é bom de bola. Esquerdino, atrevido, foi para cima de Zaidu e serviu Walterson num par de vezes com muito perigo. Na primeira o colega rematou para a defesa de Marchesín e na segunda não chegou por centímetros ao desvio – que seria fatal para o FC Porto.  

Filipe Soares
O mais esclarecido e o mais talentoso dos médios moreirenses. Trabalha bem a bola e entrega com qualidade. Um jogador para clubes que lutam por outros objetivos.

Evanilson e Toni Martinez
São avançados e precisam de golos. Saltaram do banco e marcaram um cada um. O segundo para o brasileiro e para o espanhol desde a chegada ao FC Porto. E o VAR ainda anulou um ao ex-avançado do Famalicão.