Tarde soalheira de domingo gordo, com um tempo primaveril e um relvado em excelentes condições, em jogo realizado à hora antiga, aqueles tempos em que as tardes de domingo eram destinadas «à bola», ritual preenchido logo depois do almoço.

O público flaviense respondeu à chamada, registando-se assim uma boa casa, com perto de quatro mil espetadores. Quanto ao jogo em si, a satisfação dos adeptos que assistiram in loco não terá sido a melhor, já que ambos os conjuntos decidiram andar arredados de um bom espetáculo, num jogo pobre.

A equipa da casa, a quem competia, por todas as razões, exercer o domínio das operações, não o conseguiu, apresentando um futebol incaraterístico, num coletivo onde a apatia foi a tónica dominante. De igual modo respondeu o Santa Clara, com as ideias de jogo muito arredadas deste encontro.

O FILME DOS 90 MINUTOS.

A ilustrar esta apatia, as poucas oportunidades de golo. Apenas quatro a registar, duas para cada lado. Aos 3 minutos William isolou-se, mas foi ineficaz na cara do guarda redes adversário. Depois, aos 23 minutos, o mesmo William elevou-se bem nas alturas, mas o esférico passou ao lado da baliza.

No Santa Clara as duas vezes que teve hipóteses de bater António Filipe saíram dos pés do inconformado Ukra. Aos 16 minutos rematou fortíssimo, mas a bola passou ao lado da baliza. Proeza repetida pouco depois, aos 20m, com o lance a ser papel químico do anterior.

Era esta a morbidez vivida no Municipal flaviense, com o futebol, também ele mascarado, a mostrar que nesta tarde o espetáculo não seria com estes intervenientes. No período complementar, até o sol se foi embora. A temperatura baixou um pouco, enquanto que lá em baixo, no relvado, as coisas pareciam não levar outro rumo senão o ritmo que tinha sido caraterística do primeiro tempo.

As oportunidades de golo foram muito escassas, exceção ao minuto 64, com excelente oportunidade para os flavienses, sendo Bressan – que foi opção neste jogo – o autor do remate, mas que Marco se opôs com valentia, entregando o corpo ao esférico.

De resto, a morbidez continuou a ser uma constante, com o jogo a terminar sem golos, penalizando assim a equipa local que continua em zona de despromoção, alargando inclusive o fosso pontual para as equipas acima da linha de água.

No final, os adeptos do Chaves mostraram a sua insatisfação face a mais uma fraca prestação da sua equipa e «brindaram» o técnico local, Tiago Fernandes, com lenços brancos.