Um bis de Tozé valeu ao Moreirense um passo de gigante na fuga aos lugares de despromoção. Depois de travarem o FC Porto com um empate na passada terça-feira, os minhotos venceram este domingo em casa do Tondela, que averbou a terceira derrota consecutiva na Liga.

O jogo equilibrado fez jus às semelhanças entre os dois emblemas, clubes de terras pequenas, com massas associativas reduzidas, mas com grande fervor futebolístico.

O estádio, com pouco mais de mil adeptos nas bancadas, até podia indiciar um duelo da II Liga ou até do Campeonato de Portugal. A dinâmica do jogo, porém, foi de Primeiríssima Liga. Tondela e Moreirense proporcionaram um bom espetáculo de futebol, cujo equilíbrio nem indicia o fosso de seis pontos entre as duas equipas na tabela.

Tondela-Moreirense, 1-2: ficha e jogo ao minuto

Começaram melhor os minhotos, que estão por baixo e pressionados pela contenda da manutenção, mas vinham de um moralizador empate com o FC Porto. Ainda o jogo não tinha chegado à dúzia de minutos e já Edno ganhava a linha de fundo e cruzava atrasado para Tozé inaugurar o marcador.

Excelente jogada esta. Melhor seria, porém, a do empate, que chegaria antes dos 20 minutos: um golaço de Miguel Cardoso que surge na área a rematar de primeira, encaminhando em grande estilo um bom cruzamento de Tomané.

Com as equipas encaixadas cada uma no seu 4-2-3-1, que se desdobrava num 4-3-3, o jogo era dividido.

À maior posse de bola dos beirões (63%-37% no final da partida), os minhotos contrapunham com maior efetividade no ataque. Não fosse o desperdício de Bilel Aouacheria e o Moreirense podia ter-se colocado na frente: aos 25’, o franco-argelino atirou à trave, aos 50’, completamente solto na área, rematou por cima.

Tondela-Moreirense, 1-2: destaques do jogo

Do lado contrário, o Tondela respondia também com perigo pela dupla do costume: primeiro por Miguel Cardoso, que rematou à entrada da área para uma excelente defesa de Jhonatan (66’), depois por Tomané (72’), que cabeceou ao lado.

Não marcaria o Tondela, trataria disso o Moreirense, que no minuto seguinte ao desperdício de Tomané haveria de fazer o golo da vitória: Edno voltou a tocar para Tozé, que, desta vez de fora da área, encheu o pé e rematou forte, com a bola a desviar em Ícaro antes de enganar Cláudio Ramos. 2-1 para os minhotos aos 73 minutos de jogo e os beirões à beira de um ataque de nervos. O colapso só não foi mais grave porque Zizo, isolado por Tozé, desperdiçaria o 3-1 ao atirar à malha lateral na cara de Cláudio Ramos.

Este lance de desperdício não faria falta à equipa de Sérgio Vieira para levar a melhor sobre a de Pepa, técnico que acabou o jogo a ouvir a contestação das bancadas com alguns lenços brancos à mistura.