Não foi feliz a estreia de Jorge Silas no comando técnico do Famalicão. O Moreirense pôs a nu todas as debilidades famalicenses e venceu de forma categórica, segurando o 8.º lugar, agora a um ponto do Santa Clara (7.º). A turma orientada por Vasco Seabra, o 3.º técnico da época, foi eficaz, soube sofrer e, por isso, fez por merecer o triunfo.

Foi um jogo com duas caras. A primeira parte foi do Moreirense, que chegou ao intervalo com uma vantagem de dois golos. Riccieli marcou na própria baliza e colocou os cónegos na frente do marcador, destabilizando, ainda mais, os locais. Depois, em contra-ataque, Yan Matheus ampliou a vantagem. No segundo tempo, os famalicenses, que averbaram o quarto desaire consecutivo no seu reduto, mandaram no jogo, mas faltou eficácia, continuando num aflitivo 16.º posto.

Os dois emblemas chegaram a esta partida depois de perderam na ronda anterior. O Famalicão saiu derrotado da Madeira pelo Nacional (2-1) – ditou a saída de João Pedro Sousa do cargo de treinador –, enquanto o Moreirense foi goleado em casa pelo Sp. Braga (0-4). Por isso, antevia-se mudanças nos onzes das duas equipas.

Silas implementou o sistema de jogo muito utilizado no Belenenses e também no Sporting, com três centrais, e promoveu quatro alterações: saíram Diogo Queirós, Gustavo Assunção, Heriberto e Ivo Rodrigues, entrando Riccieli, Diogo Figueiras, Lukovic e Gil Dias. Curiosamente, Vasco Seabra seguiu a mesma linha do adversário e também foi a jogo num 3-4-3, fazendo três alterações. Matheus Silva, Ferraresi e Rafael Martins saltaram do onze e entram Abdoulaye, em estreia, Steven Vitória e D' Alberto.

As duas equipas entraram com vontade de esquecer as derrotas da jornada anterior e por isso entraram em busca do golo. O Moreirense foi a primeira equipa a criar perigo, com Alex Soares a aparecer na cara do golo, mas Luiz Júnior fez bem a mancha. Na resposta, Anderson surge isolado, rematando para defesa de Pasinato. Do canto, e após atrapalhação na pequena área, Babic com tudo para marcar, rematou ao lado.

Apesar do equilíbrio inicial, a pressão alta dos cónegos começou a dar resultado. Jogando com as linhas muito juntas, a formação cónega não permitia que os da casa passassem da primeira fase de construção. Para piorar e para abalar a frágil confiança dos famalicenses, Riccieli deu uma ajuda aos forasteiros e marcou na própria baliza. D’ Alberto desmarcado na direita por Rosic cruzou tenso para corte infeliz do capitão local. Foi o terceiro autogolo a favor do Moreirense esta temporada.

Não corria bem a estreia de Silas no Famalicão e piorou já perto do descanso. Continuando com muitas dificuldades em penetrar no bloco defensivo contrário, os famalicenses perdiam muitas bolas em zonas proibitivas e foi num desses lances que surgiu o segundo golo do Moreirense. Recuperação de bola de Walterson que foi por ali fora, sem qualquer pressão, e ofereceu o golo a Yan Matheus, que atirou colocado a contar.

Mudança de sistema

Reconhecendo que a equipa não estava bem, Jorge Silas passou para um 4-4-2 e o Famalicão renasceu. Mais confiante, começou a ter bola e a jogar entre linhas do adversário. Com Heriberto junto a Anderson e Jhonata Robert (que acabou expulso) na linha, os locais confundiam os cónegos e chegavam com perigo à baliza de Pasinato.

Contudo, faltou eficácia à turma da casa, tendo Anderson o principal perdulário. A isto, junta-se o excelente trabalho defensivo dos visitantes que, muitas foram as vezes, faziam cortes in extremis e davam uma ajuda preciosa ao seu guardião. Alexandre Guedes também ficou perto do golo. Acabado de entrar, cabeceou a rasar o poste após canto. A vida não corria bem aos da casa.

Já o Moreirense apostava no contra-ataque e também podia ter marcado por duas vezes, mas Walterson e Filipe Soares mostraram-se pouco eficazes. Até ao final, os de Famalicão batalharam muito para tentar reduzir a desvantagem, mas quase sempre com o coração., acabando por não serem bem-sucedidos.