FIGURA: Brahimi

Deliciosos 71 minutos a coroar uma exibição à medida do que tinha feito no Bessa. Forte no duelo individual, certo no drible e capaz de decidir no mais ínfimo espaço. Na menor fração de segundo. Faz o segundo golo e está, com pormenor de excelência, na jogada que dá o 4-0. Fora constantes rodopios e simulações eficazes ante os defesas do Nacional. Das bancadas, sentidos aplausos e o nome do argelino a ser aclamado até ao momento da substituição. Na antevisão, Nuno dizia que não há jogos fáceis. Brahimi, ao seu jeito, tratou de torná-lo dessa forma. Um jogador mais que motivado.

MOMENTO: minuto 51, golo de André(s) com perfume espanhol

Se o 2-0, por vezes, pode ser um resultado perigoso para a equipa que está em vantagem, o FC Porto tratou de alargar distâncias, em grande classe, à boleia de Óliver. No meio do rebuliço à entrada da área, o espanhol picou com calma entre a defesa do Nacional, André André recebeu na medida certa e assistiu de pronto André Silva para o 3-0. Longe estariam os adeptos de saber que a dose de festejo nem a meio ia.

OUTROS DESTAQUES

André André: depois da aposta no Bessa, o nº 20 do FC Porto não defraudou em nova titularidade. Comandou o meio campo à frente de Danilo e ao lado de Óliver e tomou parte no golo mais bonito da noite, assistindo André Silva para o 3-0.

Soares: desde que chegou ao Dragão, o golo é com ele. Já são sete, nos cinco jogos na liga pelo FC Porto. Desta feita, não com contribuição decisiva, mas a abrilhantar os números azuis e brancos. E para marcar, pois, é preciso estar no sítio certo. Se o primeiro exigiu recarga astuta ao segundo poste, o bis deu para matar no peito e atirar a contar. Tiquinho continua a ser fixe para o adepto portista.

Washington: entre a apatia e a falta de argumentos evidente no Nacional, o médio foi dos que mais conseguiu dar alguma contenção e organização à equipa, sobretudo no início da segunda parte. Responsável na missão, não evitou, contudo, o descalabro dos insulares a partir do minuto, 51, o do 3-0.

André Silva: primeira parte apagada, muito pela marcação acertada de Sequeira. Soltou-se no segundo tempo, à boleia do avolumar do resultado e da crescente desordem defensiva do Nacional, desnivelando a contenda com dois golos. Quinto bis da época, marca atingida pela última vez há cerca de três meses, no reduto do Feirense, a 11 de dezembro último.

Aristeguieta: uma gota de água no meio do deserto. Muito só no ataque, foi sem sucesso que tentou, várias vezes, partir para cima dos centrais do FC Porto. E se esteve, como a equipa, longe da baliza de Casillas, foi o venezuelano a evitar mais dois golos certos dos dragões, em cima da linha de baliza.

Óliver: abriu a contagem da maior goleada até à data na liga. Tal como André André, repetiu presença no onze e a dar uma boa dor de cabeça a Nuno em relação às escolhas iniciais para futuro, no meio campo. Se na primeira parte deu equilíbrio ao miolo e procurou espaços necessários, a segunda permitiu-lhe maior tranquilidade com o adensar do marcador. O toque picado que dá origem ao 3-0 é de quem sabe o que faz à bola.

Layún: o jogo correu de feição ao FC Porto, o setor defensivo não teve muito trabalho e Layún beneficiou da titularidade, fruto do castigo de Maxi Pereira, para mostrar serviço. Acutilante e subido no corredor direito, tentou influenciar as jogadas de ataque do FC Porto e procurou servir os homens avançados com alguns cruzamentos na medida certa. De livre direto, atestou uma das maiores qualidades, ao dar, na ocasião, a mão cheia ao marcador.