A FIGURA: Renato Sanches
O menino de 18 anos tem futebol para dar e vender. Se chega a ser sufocante a forma como pressiona o portador da bola, impressiona na maturidade que já apresenta com apenas 18 anos e pouca experiência na alta roda. À medida que o jogo foi avançando, libertou-se aos poucos das amarras defensivas e começou a circular em terrenos mais adiantados. Aos 15 minutos serviu Pizzi com um passe perfeito a isolar o companheiro de equipa. Mais uma exibição de classe - depois de já se estado em nível elevado na semana passada contra o Sp. Braga – fechada com o primeiro golo pela equipa principal. E que golo! Um míssil a cerca de 25 metros no maior momento de explosão da noite.
 
O MOMENTO: asneira monumental de Pedro Trigueira, 33 minutos
O Benfica era dono e senhor do jogo, mas faltava-lhe velocidade para provocar desequilíbrios perante uma Académica com um bloco muito baixo e a obrigar os encarnados a jogar de forma paciente. Até ali, apenas Pizzi e Jonas tinham conseguido ameaçar os estudantes. Até que aos 33 minutos o avançado brasileiro tentou meter em Gaitán, que se desmarcava nas costas da defesa. O passe foi com muita força. Tanta que o argentino não tinha quaisquer possibilidades de chegar à bola. Sem travões após a saída da baliza, Pedro Trigueira acabou por derrubar Gaitán. Penálti tão justo quanto desnecessário, que Jonas não desperdiçou. Estava feito o mais difícil perante uma muralha coesa que Filipe Gouveia conseguiu montar naquela primeira meia hora na Luz.
 
OUTROS DESTAQUES:
Jonas: no regresso ao onze do Benfica (tinha começado o jogo contra o Sp. Braga no banco), voltou a ser preponderante. Voltou também aos golos, mais de um mês depois de ter marcado, também na Luz, na vitória sobre o Galatasaray: marcou (ambos de grande penalidade) os dois primeiros golos dos encarnados, que evitaram momentos de maior num jogo que não estava a ser mais do que q.b. Mesmo em dificuldades físicas, já leva dez golos na Liga.
 
Lisandro: não teve grandes afazeres no plano defensivo. Uma ou outra dobra aqui e ali e pouco mais. Com muito «tempo livre», chegou a contribuir na primeira fase de construção. Foi dele o primeiro remate do jogo, num remate inofensivo a cerca de 30 metros. Ainda na primeira parte, novamente numa das várias incursões para lá da linha de meio campo (e não estamos a falar de bolas paradas) fez um passe de ruptura que não acabou com Mitroglou na cara do guarda-redes porque o avançado estava ligeiramente em fora-de-jogo. Exibição imaculada de um defesa com bons pés.
 
Pizzi: foi talvez o melhor elemento do Benfica nos primeiros 45 minutos. Aos 15’ teve nos pés a primeira oportunidade de golo, mas rematou por cima. Protagonizou algumas diagonais perigosas a partir da direita e bons momentos de entendimento com Jonas. Menos influente na segunda parte, saiu aos 74 minutos para dar lugar a Gonçalo Guedes.
 
Gaitán: não teve a influência de outros jogos, mas ajudou a dar velocidade nas alturas em que o futebol do Benfica parecia estar a ser demasiado «mastigado». É ele quem é derrubado por Pedro Trigueira no lance que vai originar o primeiro golo dos encarnados: o abre-latas de um jogo que ameaçava tornar-se perigoso.
 
André Almeida: exibição segura no plano defensivo contra o veloz Nii Plange, ainda apareceu várias vezes em terrenos que não são dele. É visto como um lateral com pouca profundidade, mas esta noite aventurou-se várias vezes lá na frente. Raramente joga mal.
 
Iago: foi o elo mais forte da defesa dos estudantes. Rápido na pressão sobre o homem da bola, deu pouco espaço a Mitroglou, o atacante encarnado que mais perto se posicionou do sector mais recuado da Briosa.
 
Fernando Alexandre: formou com Nuno Piloto a muralha que ajudou a criar muitas dificuldades ao Benfica na primeira meia hora de jogo. Ajudou a fechar os caminhos pelo centro do terreno. Foi mais fácil quando teve Nuno Piloto ao lado.