Moreirense transfigurado com Augusto Inácio. O Cónegos somaram o primeiro triunfo caseiro da presente edição da Liga ao derrotar (3-1) um Nacional da Madeira em queda, naquela que foi uma das melhores exibições dos Cónegos esta época, ainda que perante um adversário que ofereceu pouca resistência.

Triunfo na estreia de Augusto em jogos do campeonato, a atirar o Moreirense do último lugar diretamente para fora dos lugares de despromoção, entregando dessa forma a lanterna vermelha ao conjunto alvinegro, que completou o sétimo jogo sem saber o que é ganhar.

André Micael abriu o ativo na sequência de um pontapé de canto, ainda na primeira metade, Podence fechou a contagem com um bis na segunda metade, confirmando um Moreirense mais maduro e, sobretudo, sem cometer os erros penalizadores que se verificaram com Pepa no comando.

Capitão lidera reação pós-chicote

Fazendo-se valer do fator casa e do efeito da chicotada psicológica que substituiu Pepa por Augusto Inácio no comando técnico, o Moreirense entrou mais espevitado no encontro, com várias tentativas para alvejar a baliza alvinegra. Boateng e Dramé foram as novidades de Augusto Inácio e mostraram serviço, estando particularmente ativos na manobra ofensiva.

Depois de vários avisos e de vários remates de menor expressão, que Rui Silva ia sustendo sem dificuldade, o cerco do Moreirense começou a apertar-se à passagem da meia hora. Neto esteve na cara do guardião insular aos trinta minutos, mas a força com que o remate saiu não se fez acompanhar com igual dose de colocação, permitindo uma defesa por instinto ao guarda-redes.

Na jogada seguinte o maior ímpeto da equipa da casa traduziu-se no marcador com um golo que se vinha a adivinhar. O tento dos Cónegos apareceu na sequência de um pontapé de canto em que foi o capitão André Micael e desviar ao primeiro poste para o fundo das redes o canto cobrado por Francisco Geraldes.

Vantagem justificada por parte de um Moreirense que, apesar de ter o seu mérito, teve como adversário um adversário muito apático, que não teve argumentos para fazer qualquer remate à baliza de Makaridze na primeira metade.

Podence afunda Nacional sem rumo

Manuel Machado não gostava do que via e, por isso, ainda no decorrer da primeira parte trocou Ali Ghazal por Jota com a intenção e acrescentar criatividade ao conjunto alvinegro, retirando-lhe ao mesmo tempo a previsibilidade que tornou algumas perdas de bola em lances de perigo para o Moreirense.

Jota acabou por estar em campo menos de meia hora, sendo substituído por Cádiz, num sinal claro da inoperância do Nacional e ao mesmo tempo da falta de soluções que fazem do conjunto de Manuel Machado um alvo demasiado fácil.

Com este figurino, o Moreirense voltou a ser o protagonista maior da segunda parte e fez o segundo logo aos oito minutos. Rebocho cruzou da esquerda, o centro rasteiro passou entre o guarda-redes e a defesa insular antes de Podence encostar de forma decisiva para o segundo golo da equipa da casa, que sentenciou o encontro quando havia praticamente toda a segunda parte para se jogar.   

O jovem de 21 anos bisou já perto do final do encontro com um remate cruzado, forte e colocado a desnivelar o resultado robusto mas perfeitamente justificado perante o que se passou no relvado do Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas. O máximo que o Nacional conseguiu fazer foi reduzir a desvantagem já muito perto do apito final numa grande penalidade transformada por Salvador Agra.

Três pontos para o Moreirense, que promete crescer com Augusto Inácio no comando técnico, esperando-se que se confirme essa melhoria de forma perante adversários que demonstrem mais valia do que aquilo que o Nacional fez em Moreira de Cónegos. A lanterna vermelha troca de dono e a exibição das duas equipas confronto direto da jornada 12 justifica essa troca.