Ano Novo, a sina de sempre.

No primeiro embate de sempre para a Liga, Tondela e Gil Vicente entraram de armas apontadas à baliza adversária, numa clara afirmação de poder, naquele que era o frente a frente ente duas das equipas sensação do campeonato até então.

Com um sistema assente no 4x2x3x1, ambas as equipas optaram um por estratégia mais pragmática, com aposta na velocidade dos homens dianteiros para criar desequilíbrios.

Ainda muitos se acomodavam nas bancadas quando o Tondela inaugurou o marcador. Ricardo Alves, central que rendeu Bruno Wilson, desviou ao primeiro poste um canto cobrado por Jonathan Toro e abriu o marcador logo aos 5 minutos.

O golo acordou os de Barcelos, que partiram com maior assertividade para o ataque, munidos pelo reforço Rúben Ribeiro e sempre com as setas do ataque de mira no alvo.

Foram necessários, no entanto, dez minutos para se gritar novamente golo no João Cardoso. A um cruzamento assistência de Fernando Fonseca, Baraye respondeu com um bom trabalho sobre o defesa e rematou com precisão ao ângulo da baliza de Cláudio Ramos, repondo a igualdade.

A partir de então, o que se assistiu em campo foi a um espetáculo pobre, algo faltoso e com pouca assertividade no passe. Jogadas com princípio, meio e fim foram poucas, mas provavelmente também não era essa a ideia tendo em conta as escolhas iniciais.

Tondela e Gil Vicente estavam apostados nas transições rápidas para o ataque, mas na hora de rematar à baliza encontraram quase sempre algumas dificuldades. Exceção feita a dois remates perigosos, aos quais Cláudio Ramos teve de intervir com bastantes dificuldades.

Apesar do empate em tempo de intervalo, foi de salientar a primeira parte mais conseguida por parte do Gil Vicente, que dispôs de mais e melhores oportunidades.

Penálti a abrir a segunda parte

À semelhança do que aconteceram no primeiro tempo, o segundo começou com um Tondela mais perigoso e em busca do golo da tranquilidade. E esteve perto de acontecer.

Aos 54 minutos, Pepelu caiu na área e, após confirmação do VAR, António Nobre apontou para a marca de grande penalidade. O médio espanhol assumiu ele próprio a marcação, mas permitiu a defesa de Dênis.

A papel químico, o lance originou a pronta reação do Gil Vicente, que, desde aí, procurou assumir as rédeas do encontro.

E, de facto, assim foi. Os gilistas foram, no geral, a melhor equipa em campo e foi com relativa justiça que lhe pertenceram as melhores oportunidades de golo. Destaque para um boa jogada de ataque, finalizada pelo recém-entrado Romário Baldé, mas Cláudio Ramos, com uma boa defesa, negou um golo quase cantado ao atacante gilista.

Natxo González procurou refrescar o setor mais ofensivo, apostando no jovem Rúben Fonseca lá na frente, replicando um pouco o que Vítor Oliveira fizera minutos antes.

Apesar de mais homens na frente, tanto de um lado como do outro, não se pode dizer que essas alterações tenham surtido o efeito desejado. O jogo tornou-se mais emocional do que cerebral, com duas equipas à procura do ansiado golo, que lhes permitisse levar a melhor sobre o rival direto na classificação.

Sinal mais para o Tondela nos últimos dez minutos do encontro, definitivamente lançados em busca do segundo triunfo caseiro na época. O Gil Vicente foi guardando o empate, mas sem nunca descurar do ataque à baliza, afinal de contas tinha feito por isso ao longo do encontro, embora não com a eficácia desejada certamente.

Virou o ano, mas manteve-se a sina do Tondela em casa neste campeonato. Ainda assim, o conjunto beirão manteve a distância pontual para o Gil Vicente no meio da tabela.

Já o conjunto gilista saiu com um amargo de boca de Tondela, visto que, de certa forma, justificou um pouco mais outro resultado, face às oportunidades que foi criando ao longo do encontro.

Novo ano, resultado igual, mas justo.