A FIGURA: Otávio

Otávio é artista, mas é sobretudo um lutador. O talento do médio brasileiro de 24 anos não lhe permite descurar o seu lado de combatente. Num jogo tão intenso como é o dérbi da Invicta, assumiu um papel fundamental. Sobre a direita, muitas vezes a aparecer mais em zonas mais centrais para pegar no jogo, foi fundamental na manobra ofensiva dos dragões e bem cedo mostrou ao que vinha: aos 9’ teve nos pés o golo, ao entrar na área e rematar forte para Neris desviar para canto, cinco minutos depois serviu Soares à boca da baliza. Coube-lhe o papel decisivo no jogo, ao sentenciar o resultado final aos 48’: recebeu, dominou, passou pelo adversário direito e rematou cruzado para bater Bracali. Um golo merecido a sublinhar uma excelente exibição. Otávio fez o sexto na época e tem agora tantos golos quantos nas duas temporadas anteriores pelo FC Porto.

O MOMENTO: minuto 48’. um golpe do lutador Otávio

O golo que sentenciava o dérbi até podia ter surgido nos momentos finais da primeira parte, não fosse o lance bem anulado a Marega por fora de jogo, mas acabou por aparecer nos primeiros minutos da segunda. Combate decidido com um golpe de Otávio: o brasileiro dominou a meio do meio-campo, passou em velocidade por Yusupha e rematou cruzado para o 2-0, surpreendendo Rafael Bracali, que deste modo teve um regresso não muito feliz ao Dragão.

OUTRAS FIGURAS:

Tiquinho Soares

Uma, duas, três vezes… Tiquinho tentou, tentou, mas só da marca dos 11 metros conseguiu encontrar a baliza do Boavista. Marcou bem o penálti aos 41 minutos com que o FC Porto inaugurou o marcador e fez o 19.º golo na época – sendo o maior goleador da equipa, dois golos à frente de Marega. Pela segunda jornada seguida, converteu um castigo máximo. Terão os dragões encontrado um especialista?

Manafá

O FC Porto parece ter acertado em cheio nesta contratação ao Portimonense. Começou por jogar amiúde a lateral direito desde que chegou ao Dragão, mas, pelo segundo jogo consecutivo, alinhou sobre o lado esquerdo da defesa, em virtude da lesão de Alex Telles. E voltou a cumprir. Em determinados momentos do jogo, mais parecia um extremo, tal a velocidade e facilidade com que integra o ataque. Manafá mais parecia uma motorizada pelo flanco.

Danilo

Jogo 100 na Liga pelo FC Porto. Merece destaque por isso, naturalmente, mas também por mais uma exibição sólida num meio-campo muito povoado. Recuperado de lesão, o subcapitão reconquistou o lugar depois do clássico frente ao Benfica.

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Bueno

No início da semana, Bueno havia revelado o seu desejo para o dérbi, em entrevista ao Maisfutebol: «Decidir com um golo meu? Oxalá» O regresso ao Dragão não foi o sonhado (o mesmo se pode dizer do guarda-redes Bracali), mas o espanhol de 31 anos mostrou qualidade sempre que pôde ter a bola nos pés. A jogar a médio e numa posição central, como gosta, Bueno mostrou critério e certeza de passe. Ainda assim, a manta axadrezada, demasiado curta, não lhe permitiu fazer a diferença no último terço do terreno.

Matheus Índio

Com a equipa muito retraída, coube-lhe sobre o flanco direito o papel de criar alguns desequilíbrios. Pontualmente, conseguiu destacar-se, como aos 12 minutos, num remate forte de fora da área.