O Santa Clara venceu este domingo na visita a Tondela, por três bolas a uma, em duelo da 32.ª jornada da Liga. Com este resultado, os açorianos garantem a manutenção no principal escalão do futebol português numa época histórica (maior pontuação e melhor classificação de sempre garantidas) da equipa orientada por João Henriques.

No outro lado da barricada, o Tondela cai para zona de descida e fica em posição delicada, pois na próxima ronda joga em Alvalade frente ao Sporting e, na última, recebe o Chaves, a primeira equipa acima da linha de água, com mais um ponto do que os beirões.

Rashid abriu o marcador na cobrança de uma grande penalidade (21 minutos) e o Santa Clara foi para o intervalo a vencer. No segundo tempo, Tomané, também de penálti, ainda empatou a contenda (51 m) mas os açorianos marcaram por mais duas vezes: primeiro por Guilherme Schettine (66 m) e depois por Rashid (76 m), a bisar na partida.

Numa tarde de muito calor na Beira Alta, a temperatura subiu ainda mais dentro das quatro linhas e com uma agradável moldura humana (perto de 4 mil espetadores) nas bancadas do Estádio João Cardoso. O aflito Tondela recebia um Santa Clara bem mais tranquilo na tabela e a precisar de um ponto para selar a manutenção.

O primeiro lance de perigo surgiu aos minuto 5 e pertenceu ao Santa Clara, com Mamadu a cruzar largo na esquerda e Ukra, ao segundo poste, rematou por cima do travessão. A resposta beirã demorou apenas alguns segundos, após lançamento lateral longo de David Bruno. Tomané «penteou» ao primeiro poste e Ricardo Costa, no «coração» da área açoriana, cabeceou para as mãos de João Lopes.

Com as equipas a procurarem as balizas contrárias, foi o Santa Clara a inaugurar o marcador aos 21 minutos, através de uma grande penalidade. João Pinheiro assinalou falta de Murillo sobre Mamadu e, na marca dos 11 metros, Rashid não hesitou: bola para um lado, guarda-redes para o outro, vantagem do Santa Clara e o Tondela em «maus lençóis».

A reacção beirã surgiu à meia hora de jogo e com Xavier como protagonista. Primeiro de cabeça e depois de livre directo, o extremo tondelense viu o guardião João Lopes negar-lhe o golo com duas defesas espetaculares e a vantagem dos açorianos manteve-se até ao intervalo.


Da reação à depressão

No regresso dos balneários, Pepa fez duas alterações e tentava catapultar a equipa para mais uma reviravolta, como havia sucedido no último jogo no João Cardoso - vitória por 3-2 sobre o Portimonense.


A verdade é que o «dedo» do técnico tondelense teve resultados práticos logo no início do segundo tempo, quando a equipa conseguiu empatar, de grande penalidade. João Pinheiro ainda foi ao monitor ver as imagens, mas confirmou a decisão e Tomané não desperdiçou, relançando a equipa em busca dos três pontos.

Se o empate parecia indiciar a reação tondelense, o Santa Clara tratou de impedir que tal acontecesse e aos 66 minutos voltou a ganhar vantagem. Lance confuso na área beirã, insistência de Fábio Cardoso e a bola a sobrar para Schettine, isolado, rematar de primeira e fazer o 2-1.

O golo abanou o Tondela e cinco minutos depois o Santa Clara ficou muito perto do terceiro. Schettine isolou-se, podia ter rematado mas serviu Mamadu e este, com a baliza escancarada, falhou inacreditavelmente o golo.

O Tondela procurava de novo chegar ao empate, mas deixava espaços para o adversário explorar e foi num desses lances que o Santa Clara voltou para a frente do marcador, aos 76 minutos. Patrick lançou Schettine em velocidade pelo lado direito e o avançado cruzou largo para servir Rashid que, pressionado por David Bruno, atirou de primeira, com o pé esquerdo, para o fundo das redes.

O terceiro golo «matou» o jogo e o Tondela não mais conseguiu aproximar-se com perigo da baliza açoriana e o resultado manteve-se até ao apito final de João Pinheiro.