Quase dois meses e meio depois da última vez, o Marítimo voltou a ganhar fora do Caldeirão, vencendo pela margem mínima na deslocação ao terreno do Feirense, onde nunca vencera em deslocações anteriores.

Num jogo sem muitas oportunidades de golo, valeu aos insulares o golo apontado por Ricardo Valente a fechar a primeira parte.

O Feirense tentou tudo para evitar a derrota - dois pontas de lança e o central Flávio Ramos na frente de ataque nos últimos minutos - mas o resultado não se alterou e a equipa de Santa Maria da Feira não conseguiu confirmar as boas indicações que tinha deixado nos últimos dois jogos - vitória na receção ao Rio Ave e derrota na Luz, diante do Benfica.

Numa primeira parte em que ambas as equipas apenas conseguiram criar perigo em lances de bola parada, foi o Marítimo a equipa mais feliz, ao chegar à vantagem mesmo a fechar os primeiros 45 minutos.

Num lançamento de linha lateral, Briseño, central do Feirense, afastou ao primeiro, pressionado por um homem maritimista e a bola sobrou para Ricardo Valente que, em posição frontal no interior da área, rematou forte de pé esquerdo sem hipótese de defesa para Caio Secco.

Antes disso, já havia sido o Marítimo a estar mais perto do golo, aos 36 minutos, quando Caio Secco, com uma grande estirada, negou o golo a Edgar Costa, na cobrança de um livre lateral.

Nem com a «carne toda no assador»

Em desvantagem no marcador, o Feirense entrou melhor na segunda parte, em busca do golo do empate. Perto dos 60 minutos Manta Santos arriscou, tirando Tiago Silva do meio-campo para colocar Valência ao lado de João Silva na frente de ataque, e a verdade é que isso empurrou ainda mais o Marítimo para a sua defesa.

Só que a equipa de Daniel Ramos não se sente desconfortável a jogar sem bola e nunca se desorganizou, mesmo com a mudança tática do adversário.

João Silva esteve algo perdulário nas poucas jogadas em que os «fogaceiros» conseguiram criar desequilíbrios na área do Marítimo, e, perto do final, Daniel Ramos reforçou o centro da defesa com Diney, abdicando de Ricardo Valente, mas nem com a subida do Flávio Ramos, que passou grande parte dos últimos minutos instalado na área contrária o Feirense conseguiu chegar ao empate.

No último lance ofensivo da partida, a expressão «colocar a carne toda no assador», inventada por Quinito, reencarnou no ataque dos «fogaceiros», onde até o guarda-redes Caio Secco apareceu para, pelo menos atrapalhar o adversário num canto, mas a vitória estava mesmo cozinhada e os três pontos voam para o Caldeirão na bagagem da equipa de Daniel Ramos.

Com este triunfo, o sétimo no campeonato, a equipa de Daniel Ramos sobe ao 4.º lugar à condição, ficando à espera do que o Sp. Braga consegue fazer diante do Sporting, mas, acima de tudo, reforça a posição de candidato aos lugares europeus.