Noite fria e de exibição pouco conseguida, mas ainda assim proveitosa para os Guerreiros. O Sp. Braga venceu pela margem mínima o Boavista (1-0) e não desliza perante a pressão encarnada, segurando-se ao pódio com a terceira vitória consecutiva em outros tantos jogos, mantendo uma vez mais as suas redes invioláveis.

De um lançamento de linha lateral os bracarenses conseguiram o momento que bastou para decidir o jogo. Ricardo Horta encheu o pé, voltou a marcar três meses depois e derrotou um Boavista acutilante, mas sem capacidade de fogo.

Os axadrezados voltaram a acabar o encontro com menos uma unidade devido à expulsão de Gonçalo Cardoso. Os bracarenses cumprem com os serviços mínimos.

Abel Ferreira fez jus ao ditado que diz que em equipa que ganha não se mexe e repetiu o onze que há quatro dias no mesmo palco havia ganho ao Marítimo. Situação diferente da turma axadrezada, que foi a jogo com oito baixas, quatro por lesão e igual número por castigo. Carraça, Neris e André Claro foram as novidades no onze.

Tabuleiro lançado ao chão

Apesar de se apresentar na Pedreira com várias limitações, Jorge Simão montou bem o tabuleiro com as peças que tinha à sua disposição. Perante um Braga cujo favoritismo poucos ousariam colocar em causa, a turma axadrezada esteve personalizada e arrojada.

Ciente de que teria de sofrer em determinados momentos, o Boavista predispôs-se a isso e suportou a iniciativa bracarense, mas teve coragem para aproveitar as deixas que poderia ter, assinando as melhores oportunidades de golo da primeira metade.

André Claro esteve isolado na cara de Tiago Sá, dispôs de tempo e condições para marcar mas acabou por atirar ao lado e já depois de estar em desvantagem atirou à queima-roupa para o guarda-redes bracarense defender com dificuldade.

Só que a equipa multifacetada do Sp. Braga lançou, liberalmente, o tabuleiro ao chão. Numa exibição claramente uns furos abaixo do normal, a equipa de Abel Ferreira saiu para o intervalo a vencer com um golo que nasce de um lançamento de linha lateral em que Ricardo Horta aproveita o ressalto de bola no coração da área para fuzilar a baliza de Helton Leite.

Guerreiros controlam ímpeto da pantera

Manteve-se a toada na segunda metade. Duelo dividido, mérito do Boavista na abordagem ao jogo perante um Sp. Braga numa noite cinzenta, competente na gestão mas pouco criativa e menos enérgica do que o habitual.

Cenário que fez os axadrezados dispor de vários lances passiveis de finalização e um número considerável de bolas paradas potencialmente produtivas, mas faltou assertividade no derradeiro terço do terreno.

Prevaleceu o golo de Ricardo Horta a desfazer o nulo e a relançar os arsenalistas para o pódio, mantendo a ultrapassagem da última jornada ao Benfica. As grandes equipas também se fazem disto, de jogos com parca produtividade exibicional mas com rendimento pontual.

Fica a dever a si mesmo mais dividendos deste jogo o Boavista, pela postura que demonstrou na Pedreira os pupilos de Jorge Simão podiam ter conseguido mais, mas não evitaram o regresso às derrotas.