O jornal «Público» deste sábado apresenta vários artigos que denunciam diferentes acordos entre Benfica e Desp. Aves que são classificados como «à margem da lei».

A publicação fala mesmo de uma conta corrente, e adianta que a SAD avense chegou a dever dois milhões de euros à SAD do Benfica. O valor atual será 786,5 mil euros. Confrontada pelo jornal «Público», a sociedade encarnada respondeu que «tem contas correntes com todas as SAD com quem tem relações comerciais, assim como com fornecedores e clientes».

O «Público» levanta questões sobre vários negócios entre os dois clubes, desde logo pelo cenário de empréstimos encoberto para contornar o limite que existe na Liga para estes negócios. Em causa está também a dependência negocial do Desp. Aves relativamente ao Benfica, assim como a liberdade dos próprios jogadores no mercado.

Um dos exemplos dados é o de Luquinhas, jogador brasileiro contratado pelo Benfica ao Vilafranquense, mas que apenas um mês depois seguiu para a Vila das Aves, após transação de metade dos direitos económicos. O acordo contemplaria uma cláusula que determinava que, caso o jogador fosse negociado com FC Porto ou Sporting, o Desp. Aves teria de pagar cinco milhões de euros ao Benfica (para além dos 50 por cento do negócio propriamente dito).

A SAD liderada por Luís Filipe Vieira salvaguardava ainda uma opção de recompra de 100 mil euros, que podia exercer até 2021, e Luquinhas ficaria obrigado a celebrar um contrato de quatro épocas pelos mesmos valores que estavam em vigor.

O «Público» adianta ainda que, em março de 2019, o Desp. Aves tinha uma dívida de 223 mil euros ao Benfica, relativa à transferência do defesa Carlos Ponck, que não foi comunicada à Liga, nem tão pouco um acordo para o pagamento desta posteriormente.

Outro negócio abordado pelo «Público» é a transferência do avançado Hamdou Elhouni para o Esperance Tunis. O Desp. Aves vendeu a totalidade dos direitos económicos, por 500 mil euros, mas 70 por cento do passe ainda estaria na posse do Benfica, que só posteriormente negociou essa parcela, o que levanta questões fiscais, contabilísticas e legais.