Os jogos do Vizela têm sido, por norma, sinónimo de empate. À 11.ª jornada o conjunto vizelense somou o sétimo empate na Liga e nem um sensacional Estoril, a surpresa deste arranque de campeonato, conseguiu inverter essa tendência. O máximo que conseguiu foi evitar a derrota (1-1), somando um ponto que, à condição, vale o quarto lugar.

Depois de uma primeira parte monótona e sem chama, os dois técnicos tiveram de se socorrer do banco para ter crédito para algo mais. Foi do banco que Álvaro Pacheco e Bruno Pinheiro tiraram Samu e Clóvis, os marcadores do encontro. Marcou primeiro o Vizela, abanou as redes uma segunda vez, mas o jogo foi anulado. Respondeu o Estoril e resgatou um ponto.

Começou por ser mais audaz o Vizela a tentar correr contra o destino, fazendo por fintar a sina dos últimos dois jogos, em que perdeu pontos para lá da hora. Ameaçou ser feliz, mas pareceu ter medo de efetivar essa mesma felicidade. Volta a empatar o Estoril, conseguindo o mesmo resultado da receção ao Benfica neste que foi o sexto jogo consecutivo sem perder.

Pouco talento para muita competência

Cada metro de terreno foi palmilhado, nenhuma bola foi dada como perdida. Vizela e Estoril predispuseram-se a lutar pelo jogo, mas fizeram-no sempre com uma perspetiva de não falhar do que propriamente de criar algo produtivo.

Ou seja, as duas equipas fizeram por desenvolver um jogo competente, sem falhas, mas sem rasgos de genialidade ou um grau de risco que permitisse ousar a criatividade ou que pusesse em causa a organização coletiva delineada por Álvaro Pacheco e Bruno Pinheiro.

Remate do meio da rua aqui, tentativa de lançamento para as costas da defesa ali, a realidade é que apenas nos descontos da primeira parte se viu um lance digno de registo, quando Bruno Loureiro cabeceou para defesa apertada de Charles.

Banco a mexer

Foi dos bancos de suplentes que saiu, então, a chama do encontro, fazendo da segunda parte uma fase com contornos diferentes. Samu, lançado por Álvaro Pacheco ao intervalo, liderou um momento empolgante do Vizela que culminou em golo aos 53 minutos. Erro gritante de Dani Figueira a deixar que Samu lhe roubasse o esférico.

Chegou ao segundo o conjunto da casa, por Kiko Bondoso, outro elemento saído do banco, mas o lance foi anulado pelo VAR. Fez-se à vida o Estoril, cresceu na corrida atrás do resultado e em quinze minutos o marcador voltou a ficar igualado. Golo que teve o dedo de Bruno Pinheiro a partir do banco. André Clóvis rematou cruzado a bater Charles.

Incerteza nos minutos finais. As duas equipas equilibraram os pratos da balança, aqui e ali com um rasgo a tentar um golpe que valesse os três pontos. Não se alterou o resultado, sobra um ponto para cada lado num jogo que prometia mais do que efetivamente valeu.