De boas intenções está o futebol cheio, mas que Pedro Gomez Carmona trouxe para o Estoril não tiveram correspondência naquilo que a equipa fez em campo. Nu jogo de rara emoção, ao Marítimo bastou-lhe aproveitar erros para sair da Amoreira com um triunfo que aqui não conseguia desde 2005.

Aqui à nossa frente, os adeptos da Linha franziram o olho, por assim dizer, quando viram que o onze inicial não trazia nenhum ponta de lança de raiz. O técnico espanhol apostava, assim, na mobilidade de um ataque que nas duas partidas anteriores não tinha faturado nada.

Também franziram o olho à ausência do capitão Diogo Amado na formação inicial, enquanto do outro lado surgia um Marítimo com o onze esperado: faltava ver se o comportamento fora da Madeira mudara ou não em relação aos últimos encontros.

Daniel Ramos falara de organização, rigor, intensidade e objetividade. Apareceram mais os dois primeiros aspetos que os últimos e, com isso, o Marítimo foi mais expectante na partida, mais reativo do que proativo.

Ou seja, havia uma equipa que devia, por pedido do técnico, e não fazia, outra que queria e não conseguia: o Estoril, esta última. Com isso, houve um jogo desinteressante, com foco de emoção apenas entre o inuto 34 e o 37: Gottardi fez duas defesas espetaculares, Raul marcou para o Marítimo, num canto. O Estoril via Gottardi ser figura por instantes e a bola no fundo das redes no outro.

Nem mesmo com o segundo tempo, a entrada de Diogo Amado e uma melhor reação às incidências o Estoril se superiorizou. Com o 0-1 na algibeira, o Marítimo precisou apenas de controlar uma equipa que teve problemas na construção e mais ainda na criação.

Pedro Gomez Carmona ainda colocou os dois avançados que tinha no banco em campo, mas já havia o desperdício do resto do tempo por um lado e a experiência do Marítimo por outro, apostado em voltar a vencer fora da Madeira depois de outubro. Conseguiu-o e nem teve de ser muito imaginativo para isso. Bastou-lhe a segurança de Gottardi e aproveitar uma bola parada.