Este FC Porto é música para os seus adeptos.

No álbum «18», com o mesmo número de temas, o cantor Moby lançou como canção de abertura We Are All Made of Stars. Em bom português: nós somos todos feitos de estrelas. O FC Porto não é recheado delas, pelo menos a nível europeu. Mas fá-las crescer por cá. É quem mais brilha em Portugal.

A equipa de Conceição demorou a afinar a melodia, mas derrotou um Nacional capaz, num jogo em que os artistas em campo valorizaram o espetáculo. Resultado: 3-1 a favor do FC Porto e 18 vitórias seguidas no disco desta época, a igualar o recorde nacional absoluto.

Ainda o apito inicial não tinha sido dado e o Dragão já sabia que uma vitória reforçava a liderança, fruto da derrota do Sporting. As estrelas de azul e branco, alheias a isso, interpretaram, com afinco e paciência no meio da dificuldade, o que o jogo pedia.

Mas não foi fácil para o campeão nacional encontrar a letra certa. Os insulares estão em crescendo na época, longe do mau início no regresso à Liga. Fizeram jus ao ataque mais concretizador longe da Choupana – a par do Benfica – e Witi, Camacho e Róchez foram sempre peças à atenção de uma defensiva que teve Mbemba em estreia a titular na Liga, na vez do castigado Felipe.

FC Porto-Nacional: ficha e filme do jogo

Tanto é que o FC Porto, ao contrário de outras ocasiões, não sufocou o adversário. O Nacional equilibrou desde cedo e deixou o aviso em dois cantos, nos primeiros 20 minutos. Até aí, já Marega podia ter inaugurado o marcador, mas Daniel opôs-se (7’).

Depois, foi Witi a tentar a vantagem visitante, mas Danilo atravessou-se para derrubar o remate (27’). Nesta altura, já o FC Porto crescia mais. E o golo surgiu à base da raça.

Marega foi travado por Rosic, mas a bola ficou no FC Porto, Rui Costa mandou seguir e Maxi, num trabalho exemplar, serviu o isolado Brahimi para o 1-0.

Palocevic vinha a ser mestre no meio campo insular e as referências da frente incomodavam a saída de bola em Militão e Mbemba. Mas certo é que o FC Porto foi montando a pauta da vitória e livrou-se, aos poucos, dos problemas contrários. A juntar, a habilidade de Corona, que sentou Camacho antes de servir a cabeça de Soares para o 2-0 (38’), já com Lucas França na baliza, por lesão de Daniel.

Dois golos em seis minutos não deram, contudo, para descansar. Aos 40’, Róchez concluiu uma jogada de insistência iniciada por Nuno Campos e Palocevic.

Diferença mínima a relançar a segunda parte, que teve novo – e preocupante – azar no Nacional a abrir. Rosic, em estreia pelos insulares, chocou com Lucas, foi para o hospital e obrigou Costinha à segunda substituição forçada.

A paragem esfriou o jogo, mas não abanou o timbre do Dragão, que selou as contas com o bis de Brahimi, antes da hora de jogo.

Em meia hora para jogar, o FC Porto geriu, não se livrou da astúcia e coragem do Nacional, que cheirou várias vezes o 3-2. Este não surgiu e, já com a vitória quase certa, houve tempo para Conceição lançar o novo artista da banda, Fernando Andrade. O brasileiro jogou dez minutos e até esteve perto de marcar.

O FC Porto soma e sublinha a liderança, agora com seis pontos de vantagem para o novo vice-líder, o Sp. Braga. A visita a Alvalade faz-se com oito pontos à maior.