A figura: Walter «Speedy» González

Fica para a história da Liga 2015/16 e a dobrar. Antes de mais, o recorde. Pontapé de saída do Arouca, Artur atrasa para Adilson e este abre na direita, com um passe longo. Má abordagem de José Ángel permite a Zequinha dominar e seguir para a área. O português cruza, Iker Casillas tenta desviar mas a bola embate no corpo de Walter González e entra na baliza. Com dez segundos de jogo. O jovem paraguaio chegou a Portugal em dezembro de 2015 e em pouco tempo pulverizou o recorde do golo mais rápido da Liga. Não ficaria por aqui, ainda assim. No primeiro jogo como titular no campeonato, Walter continuou à procura do erro do adversário e agradeceria uma oferta de Maicon para se encontrar novamente com Iker Casillas. Desta vez, para conclusão com o pé esquerdo. Dragão em estado de choque.

Leia a crónica do encontro

O momento: Maicon cai por terra

Minuto 67. O FC Porto lamentava um golo mal anulado pouco antes. Mas o pior estava para vir. Maicon começa por fazer uma entrada muito dura sobre um adversário, vendo um cartão amarelo. Não estava bem, percebia-se. Logo depois, em vez de aliviar a bola, tentou algo – nem se percebe o quê – frente a Walter González. O adversário aproveitou e fez o 1-2. Maicon caiu por terra, queixando-se de dores. Minutos mais tarde, pediu para sair e foi andando para a linha lateral, com o jogo a decorrer. Atitude que os adeptos não perdoaram.

Outros destaques:

Bracali

Fez apenas uma época no Dragão e a história não terminou da melhor forma, como o próprio reconheceu em entrevista ao Maisfutebol. Saiu para entrar Fabiano. No regresso a Portugal, tem acumulado desempenhos interessantes na baliza do Arouca e fez uma exibição de grande nível numa casa que já foi sua. Natural destaque para um lance após o intervalo, cara a cara com Aboubakar, negando o segundo golo ao camaronês. Foi a cereja no topo do bolo. Noite de enorme segurança.

Miguel Layún

12ª assistência na Liga 2015/16, um número impressionante. Canto cobrado com critério e força para permitir um cabeceamento à medida de Aboubakar. Uma vez mais, demonstrou alguma fragilidade defensiva mas compensou com o fulgor e a clarividência no processo ofensivo. Incansável e focado, foi empurrando a equipa para a frente.

Danilo Pereira

José Peseiro não abdicou do médio, que estava em risco para o clássico – se visse um cartão amarelo esta noite -, e percebe-se a opção. Aliás, os adeptos levaram as mãos à cabeça quando Danilo se queixou da virilha na etapa inicial do encontro. Nesta altura, Danilo Pereira é fundamental no FC Porto. Está claramente melhor que Herrera e André André e presta um auxílio precioso ao setor defensivo. Aliás, teve de baixar para o setor mais recuando quando Maicon saiu por lesão, após o 1-2.

Iker Casillas

Não há que esconder. Casillas tem feito parte do problema e não da solução. Apresentou-se com uma postura digna no futebol português, quis sentir-se novamente útil mas a verdade é que apresenta falhas que lhe são reconhecidas. Nomeadamente, insegurança generalizada, sobretudo nos cruzamentos. Tem culpas no primeiro golo do Arouca. É certo que negou, mais tarde, o festejo de Mateus, que surgiu isolado na área do FC Porto, mas as falhas vão-se sucedendo e não podem escapar sem crítica.

Lito Vidigal

Gostando-se ou não do estilo, Lito Vidigal está a fazer um trabalho de grande qualidade no Arouca. Para além disso, o clube reforçou-se com nomes interessantes na reabertura do mercado de transferências. Walter González foi uma das caras novas e valeu o primeiro triunfo no Dragão.