Em Tondela, duas equipas com poucas saudades do que ficara para trás. Três derrotas nas últimas três partidas, era assim o registo tanto da equipa da casa como a do Boavista.

O jogo antevia-se rasgadinho, de resto os treinadores já o tinham previsto. E lá diz o povo que amor com amor se paga. O mesmo é dizer que, à expectativa de um jogo viril, ambas as equipas estiveram à altura.

Desde o primeiro minuto que se assistiu a um jogo bastante disputado, com vários duelos físicos, sobretudo a meio-campo. Talvez já se esperasse da parte do Boavista, mas foi uma surpresa, porventura, a atitude mais combativa do Tondela.

Atitude a mais, futebol a menos.

Mas justiça seja feita. Para uma primeira parte algo enfadonha, bastou pouco mais de 5 minutos para dar ao jogo aquilo que traz os adeptos à bancada, o golo. E para os dois lados.

Às ameaças de Sauer e também de Richard, eis que o golo apareceu mesmo.

Aos 25 minutos, o reforço Ronan, emprestado pelo Rio Ave, estreou-se a marcar com a camisola dos beirões, aproveitando um erro incrível de Ricardo Costa, que deixou a bola à mercê do avançado.

Mas nem deu para festejar.

A reação do Boavista foi imediata e surgiu de bola parada. A uma primeira grande intervenção de Cláudio Ramos (novamente), surgiu Dulanto, que desviou ao segundo poste para o empate.

Segunda parte sem (VAR)iações

O regresso dos balneários trouxe novamente duas equipas aguerridas, porém foi notório um maior equilíbrio e menos espaços a explorar. Tudo junto resultou numa partida mais cinzenta.

Ainda assim houve novamente direito a um calafrio para cada lado. E holofotes para os guarda-redes.

Primeiro foi Cláudio Ramos a negar, com as pernas, um golo a Heriberto (53’). Do outro lado, foi Helton Leite a negar o golo à equipa da casa, com uma grande mancha aos pés de Richard.

A partir daí foi a cantiga do costume.

«O futebol é que paga…».

Muitas faltas, várias interrupções no jogo, uma luta exacerbada pela bola, mas sem resultados práticos. Pouco futebol.

Nem o VAR ajudou. Richard caiu na área a quinze minutos dos noventa e o árbitro marcou penálti, só que o VAR (Rui Costa) invalidou o lance por fora de jogo anterior.

Os sete minutos de compensação ajudam a explicar, de resto, o que de pouco se jogou no segundo tempo.

Um empate sem sabor, que certamente agradará mais a uns do que a outros, mas que não convenceu ninguém. O Tondela pareceu claramente com mais fome de vitória, mas o Boavista soube ripostar, ainda que nem sempre da melhor maneira.

No conjunto das duas partes, fica apenas uma sensação de oportunidade desperdiçada.