Podem confiar nestas linhas: o Feirense-Braga é um dos melhores jogos que se viram na Liga nesta temporada. Pelo futebol, pela emoção, pelo ambiente até, considerando as contingência de ser disputado num pequeno estádio.

O Feirense-Braga é a prova de que até uma «caixa de fósforos», como o Marcolino de Castro, pode transbordar de bom futebol.

Comecemos pelo fim. Quando nos descontos Briseño acabou com a romaria minhota para fazer a festa na Feira. Uma festa comedida, já que a equipa fogaceira não sai do penúltimo lugar, apesar de somar um ponto (24) na luta pela manutenção. Igual prémio, mas menos consolador, certamente, teve o Braga, no despique pelo pódio, onde está empatado pontualmente com o Sporting (65), que tem menos um jogo.

Feirense-Sp. Braga, 2-2: ficha e jogo ao minuto

Previa-se um choque interessante entre um Braga embalado por sete vitórias seguidas na Liga e um Feirense a derrapar com oito derrotas nas últimas nove jornadas. Na verdade não pareceu, porém, um embate entre desiguais.

Transições rápidas, golos, bolas nos ferros, grandes defesas… Como se tudo não bastasse, o jogo teve direito ainda a um final dramático (ou feliz, consoante a perspetiva), quando Dyego Souza saltou do banco para a seis minutos do final fazer o 2-1 para o Braga. E já nos descontos, Briseño resolveu, também suplente e também de cabeça, sentenciar o 2-2 final.

Isto é só o grande finale do belo espetáculo da Feira. Tudo o resto, é também notável, num jogo em que o Sp. Braga se mostrou uma equipa mais larga (com Ricardo Horta e Esgaio a explorarem bem os corredores) e mais capaz de, mesmo só com dois jogadores na zona nevrálgica (André Horta e Vukcevic), controlar o meio-campo e no chegar em velocidade ao último terço do terreno.

Feirense-Sp. Braga, 2-2: destaques

O Feirense arriscava e expunha-se às transições rápidas do Sp. Braga, que acabariam por fazer a diferença. Paulinho aparecia de meia em meia-hora: perto dos 30 inaugurou o marcador de cabeça, aos 60’ apontou tanto a bola que a fez embater no poste. Aos 71', serviria Esgaio, que empurrou para o golo, num lance de muito difícil análise, que seria anulado por fora de jogo.

Do lado contrário, a meia distância do Feirense tentava fazer mossa. Crivellaro e sobretudo Luís Machado arriscavam de fora da área… Sem sucesso aparente. Machado cortaria o mal pela raiz, quando aos 69’ acertou um golaço (o único que não foi de cabeça): uma bomba de fora da área, que sairia ao ângulo da baliza.

Se o Feirense criava uma oportunidade, o Braga respondia. Se o Braga se adiantava no marcador, o Feirense acabaria por igualar. Foram 90 minutos frenéticos. Um banquete para 4 674 espectadores que esta noite quase encheram o estádio.Um desperdício para os minhotos, que criaram mais oportunidades e estiveram mais perto de vencer.

No final, dois golos e um ponto para cada lado. Que abençoado jogo em Santa Maria da Feira!